Os clubes de futebol brasileiros se manifestaram nesta terça-feira, por meio de um comunicado nas redes sociais, contra os impactos da Reforma Tributária em andamento no país. A principal preocupação dos dirigentes é que as mudanças fiscais possam prejudicar os investimentos no setor e ameaçar o futuro financeiro das agremiações. A declaração foi divulgada pela Liga Forte União do Futebol Brasileiro e pela Liga do Futebol Brasileiro, entidades que representam cerca de 40 clubes em todo o território nacional.
O texto foi publicado antes da
aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de regulamentação da reforma
tributária. Atualmente, a Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) estabelece
que 5% das receitas de uma SAF devem ser recolhidos mensalmente. No entanto, a
versão final da proposta aprovada pela Câmara elevou essa alíquota para 8,5%,
uma mudança em relação à proposta do Senado, que mantinha o percentual em 5%.
Em sua nota, as entidades alertam
que a elevação dos tributos poderá comprometer o desenvolvimento do futebol no
Brasil. “A aprovação desta alteração, caso se confirme, poderá impedir a
criação do futuro maior mercado do planeta, afastando investimentos futuros e
gerando enormes impactos esportivos, sociais e econômicos”, afirma o
comunicado. As entidades também expressam preocupação com o desincentivo a
projetos em andamento, especialmente aqueles que já estão mostrando resultados
positivos.
O Botafogo, atual campeão da Copa
Libertadores e do Campeonato Brasileiro, endossou o comunicado em nome dos
clubes e ressaltou que as mudanças tributárias podem comprometer a
sustentabilidade financeira dos clubes-empresa. A elevação da carga tributária,
segundo os dirigentes, afetaria diretamente o planejamento de longo prazo das
equipes, impactando em áreas como investimento em categorias de base,
infraestrutura (estádios e centros de treinamento), contratações de jogadores e
captação de patrocínios.
Declaração dos clubes brasileiros de futebol referente à Reforma Tributária
(PLP 68/2024). #BFR pic.twitter.com/XHCwefyxI8
— Botafogo F.R. (@Botafogo) December 17, 2024
Além disso, a mudança tributária
representaria um risco ainda maior para clubes de menor porte, que dependem de
investimentos externos para se manterem competitivos no cenário esportivo
nacional e internacional.
A criação da SAF nos últimos anos
permitiu que clubes adotassem um modelo empresarial, focado na administração do
futebol. Em menos de três anos, cerca de 95 clubes no Brasil passaram ou
nasceram como SAFs. Desses, 40% das equipes que disputaram a Série A do
Campeonato Brasileiro utilizam esse formato de gestão, segundo o comunicado.
A nota também alerta para os efeitos negativos da proposta do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que visa manter a alíquota de 8,5% para as SAFs. Para os clubes, essa elevação dos custos pode ser insustentável, especialmente para os menores, que veem no modelo SAF uma oportunidade de crescimento e profissionalização.
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