quarta-feira, novembro 27, 2024

Embaixada Argentina em Caracas Fica Sem Energia Após Roubo de Fusíveis por Agentes Chavistas


A plataforma Comando Con Venezuela denunciou, nesta terça-feira (26), um ato de sabotagem contra a embaixada da Argentina em Caracas, após a descoberta do roubo de fusíveis que deixou o edifício sem fornecimento de energia elétrica. O incidente ocorreu um dia depois de Deusdado Cabello, número dois do regime chavista, negar que a sede diplomática, onde seis colaboradores da oposição, incluindo pessoas ligadas à dirigente Maria Corina Machado, estão refugiados desde março, tenha sofrido hostilidade ou intimidação.

Em uma postagem nas redes sociais, a Comando Con Venezuela classificou o ato como uma “agressão criminosa” e apontou que isso representa uma violação dos tratados internacionais que garantem a inviolabilidade das missões diplomáticas e a proteção de suas instalações.

 “Após as declarações de Deusdado Cabello sobre a eletricidade e serviços na embaixada da Argentina, os fusíveis foram roubados. A sede diplomática permanece sem energia”, afirmou a organização.

No X (anteriormente Twitter), Pedro Urruchurtu, um dos asilados e colaborador próximo de Machado, informou às 19h (hora local) que se passaram “mais de 24 horas sem fornecimento de energia elétrica, desde que os fusíveis foram levados”, o que foi confirmado nesta terça-feira.

Urruchurtu também relatou que eles estão há mais de 72 horas sob um “cerco das forças de segurança do regime” nos arredores da residência, que tem a proteção do Brasil desde agosto, após a expulsão dos diplomatas argentinos.

Por sua vez, Magalli Meda, também asilada, afirmou no X que se trata de um “abuso” e de um “desrespeito” ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e ao corpo diplomático do Brasil na Venezuela.

O ministro do Interior da Venezuela, Deusdado Cabello, negou, na segunda-feira, que autoridades do regime estivessem fazendo cerco à embaixada da Argentina em Caracas, após o governo do presidente argentino Javier Milei denunciar “hostilidade” contra a residência oficial do embaixador.

“Javier Milei é o fascista que governa a Argentina (…). Não sei o que ele chama de assédio à embaixada, realmente não sei do que ele está nos acusando”, disse Cabello durante uma coletiva de imprensa do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

No sábado, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina denunciou “atos de hostilidade e intimidação” contra sua embaixada e exigiu que a Venezuela emitisse “os salvocondutos necessários” para que os opositores refugiados na embaixada pudessem deixar o país.

“O despliegue de forças armadas, o fechamento das ruas ao redor da nossa embaixada e outras manobras são uma perturbação à segurança”, disse o comunicado da chancelaria argentina, que também denunciou cortes de energia.

 “Que paguem a luz, que paguem os serviços, nós não vamos dar nada para eles”, ironizou Cabello.

O ministro chavista também declarou que “acabou a impunidade na Venezuela”, referindo-se à ex-deputada Maria Corina Machado, que chamou de “terrorista” e que está na clandestinidade após denunciar fraude na reeleição de Nicolás Maduro em 28 de julho. A oposição venezuelana afirma que Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após uma ordem de prisão contra ele, venceu as eleições.

 “Acabou a impunidade para a terrorista Maria Corina, para os terroristas que a acompanham, para os que estão gerando violência, para os que pedem sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela”, declarou Cabello.

Na segunda-feira, Urruchurtu denunciou que o “cerco” continuava nos arredores do imóvel por parte das forças de segurança do Estado.

Ele afirmou que a situação na residência “segue tensa”, com agentes de segurança “nos arredores e um cerco permanente” desde as 18h (hora local) de sábado. “Não temos mais informações e ninguém nos disse nada, mas eles permanecem lá”, disse o coordenador internacional do partido Vente Venezuela, liderado por Maria Corina Machado.

Além disso, informou que, logo após a meia-noite de domingo, o serviço de energia elétrica foi cortado, sendo restabelecido às 17h (hora local) do mesmo dia.

No X, Urruchurtu alertou sobre a presença de “funcionários de corpos de segurança do regime”, alguns deles “encapuzados”.

Os seis opositores se refugiaram em março após a acusação da Fiscalía chavista de vários crimes, como conspiração e traição à pátria.

Além de Urruchurtu, estão asilados também Magalli Meda, ex-chefe da campanha para as presidenciais; Claudia Macero, coordenadora de Comunicações do VV; Omar González, ex-deputado; Humberto Villalobos, coordenador eleitoral da Campanha do VV, e Fernando Martínez Mottola, ex-ministro e assessor da Plataforma Unitária Democrática (PUD), o maior bloco opositor.

(Com informações da AFP e EFE)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!