Operação Contragolpe prendeu
nesta terça um coronel reformado, três ‘kids pretos’ e um policial federal sob
suspeita de envolvimento em um plano batizado ‘Punhal Verde Amarelo’
O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Luís
Roberto Barroso, classificou como “estarrecedores” os detalhes da
Operação Contragolpe – aberta na manhã desta terça-feira (19), para apurar um
plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice
Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes como parte de uma tentativa
de golpe de Estado. Segundo o ministro, o caso é uma “desonra para o país”.
“Tudo sugere que estivemos mais próximos do
que imaginávamos do inimaginável. O que é possível dizer, neste momento, é que
o golpismo, o atentado contra as instituições e contra os agentes públicos que
as integram, nada têm a ver com ideologia ou com opções políticas. É apenas a
expressão de um sentimento antidemocrático e do desrespeito ao Estado de
direito. Nós estamos falando de crimes previstos no Código Penal”, declarou o
ministro durante sessão do Conselho Nacional de Justiça na tarde desta terça
(19).
Barroso ressaltou a necessidade
de “empurrar para a margem da história comportamentos” como os descritos na
Operação Contragolpe. “Felizmente nós já superamos os ciclos do atraso dessas
quarteladas e dessa visão antidemocrática em que “eu não suporto que alguém que
pense diferente de mim tenha sido eleito” – um retrocesso imenso saber que nós
estivemos perto de alguma coisa como essa”, indicou. O ministro anotou ainda
que a investigação é “conduzida com muita seriedade pela Polícia Federal” e que
o Judiciário vai julgar o caso “conforme as leis e a Constituição”.
A Operação Contragolpe prendeu na
manhã desta terça um coronel reformado, três ‘kids pretos’ e um policial
federal sob suspeita de envolvimento em um plano batizado ‘Punhal Verde
Amarelo’, que previa a “neutralização” de Lula, Alckmin e Moraes por meio
de envenenamento e bombas. A ofensiva foi “gestada” dos materiais apreendidos
na Operação Tempus Veritatis, aberta em fevereiro para apurar a tentativa de
golpe de Estado supostamente tramada no governo Jair Bolsonaro.
Nas diligências de tal operação,
a PF encontrou três arquivos considerados essenciais na investigação sobre o
suposto golpe de Estado: o arquivo da Operação ‘Punhal Verde e Amarelo’, sobre
o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes por envenenamento e até com um atentado
a bomba; uma planilha com o planejamento estratégico do golpe de Estado,
dividido em cinco fases; e a minuta de criação de um gabinete de crise, que “pacificaria”
o país após a ruptura institucional.
A ‘Contragolpe’ acaba por fechar
o cerco à cúpula do governo Jair Bolsonaro – a PF descobriu, por exemplo, que o
ex-ministro da Defesa general Braga Neto foi o anfitrião de uma reunião em que
foi aprovado o plano de ação de ‘kids pretos’ para uma operação que envolveria
a prião/execução do ministro Alexandre de Moraes.
Outro ex-integrante do governo
Bolsonaro é o principal alvo da Operação Contragolpe: o general reformado Mário
Fernandes, ex-secretário-geral da Presidência, que é o autor do arquivo que
detalhava a possibilidade de envenenar Lula, matar Alckmin e explodir Moraes.
Ele inclusive imprimiu o arquivo o plano de execução no Palácio do Planalto,
enquanto o ex-chefe do Executivo estava no prédio.
Por Jovem Pan
*Com informações do Estadão
Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira
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