Principal rival da oposição,
Edmundo González, não compareceu ao ato e criticou o acordo como uma ‘imposição
unilateral’
O presidente da Venezuela Nicolás
Maduro assinou nesta quinta-feira (20) um documento para respeitar
os resultados das eleições de 28 de julho, nas quais busca um terceiro mandato,
ao mesmo tempo em que aumenta o número de prisões de líderes que apoiam a
candidatura da oposição. “O que o árbitro eleitoral disser, amém”, disse Maduro
após a assinatura. “Chega de sabotagem contra nosso país, chega de
conspirações. A Venezuela quer tranquilidade”. Maduro e outros candidatos menos
relevantes – que se definem como opositores, embora distantes da liderança
tradicional que os rotula de “colaboradores” – assinaram um documento na sede
do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que inclui “a vontade absoluta de
reconhecer os resultados emitidos pelo Poder Eleitoral” e “competir em um clima
de respeito, paz e participação democrática”. O principal rival da oposição,
Edmundo González, não compareceu ao ato e criticou o acordo como uma “imposição
unilateral”.
O nome de González estava no
documento. “Ele não atendeu ao chamado da pátria”, declarou Amoroso após chamar
o opositor, sem sucesso, para assinar. “Não recebi nenhum convite para ir hoje
ao CNE”, afirmou mais cedo González, candidato da principal coalizão opositora,
Plataforma Unitária, após a desqualificação da líder María Corina Machado e o
veto a outros nomes. O candidato declarou em comunicado que o reconhecimento
dos resultados já fazia parte do acordo assinado no ano passado entre o governo
e a oposição em Barbados, com mediação da Noruega e participação dos Estados
Unidos. “É um sinal do viés que caracteriza esta campanha desigual”, afirmou o
opositor, acrescentando que “revogar a observação internacional da União
Europeia e aumentar a perseguição contra líderes e simpatizantes de nossa campanha”
violava precisamente o que foi acordado em Barbados.
Outro candidato, Enrique Márquez,
ex-reitor do CNE, também não compareceu ao evento. “O povo da Venezuela tem que
ver quem ama sua pátria e quem não, quem se ajoelha diante de outras pretensões
que não as da Venezuela”, disse Amoroso aos jornalistas. “Eles querem
desconhecer, desestabilizar e sabotar este processo eleitoral, mas com eles ou
sem eles, haverá eleições”. A campanha eleitoral na Venezuela oficialmente
começa em 4 de julho, embora Maduro e Machado – líder da mobilização da
oposição – estejam realizando comícios há meses. A oposição denuncia
perseguição, com 37 líderes detidos até agora neste ano.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!