sexta-feira, outubro 06, 2023

Polícia intercepta áudio de suspeitos de envolvimento na morte de médicos

Mais de 30 tiros foram disparados contra médicos mortos em 
um quiosque na Barra da Tijuca. Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Na gravação, homem aponta que 'alvo' estaria no Posto 2 da Barra da Tijuca. Uma das linhas de investigação é de que ortopedista foi confundido com miliciano

Rio - A Polícia Civil interceptou um áudio enviado momentos antes do ataque a médicos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na madrugada desta quinta-feira (5), onde mostra que criminosos tinham um alvo no posto 2. A gravação foi obtida com exclusividade pelo portal 'G1'. Um homem diz no áudio: "Acho que é Posto 2...", seguido de uma frase inaudível. A nova pista reforça uma das linhas de investigação das polícias Civil e Federal de que o médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, pode ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, de 26.

Perseu estava acompanhado dos médicos Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, e Daniel Sonnewend Proença, 32, quando decidiram encerrar a noite no quiosque Naná 2, na quarta-feira (4). O estabelecimento fica localizado entre os postos 3 e 4 da Barra da Tijuca. O grupo estava em uma mesa próxima à avenida, mas o momento de confraternização foi interrompido com a chegada dos assassinos em um Fiat Pulse branco. Mais de 30 tiros foram disparados contra os médicos. Somente Daniel sobreviveu ao ataque. 

Desavenças com o Comando Vermelho

Taillon é apontado como líder da milícia que atua na região de Rio das Pedras, Muzema, Gardênia Azul e adjacências. Ele está em regime semiaberto desde março e tem como residência fixa um apartamento na Avenida Lúcio Costa, a menos de 1 km do quiosque onde as vítimas foram executadas.

O miliciano travou uma disputa territorial com traficantes do Comando Vermelho (CV) no início deste ano, liderados por Philip Motta, o 'Lesk'. Em janeiro, a maior facção do Rio de Janeiro invadiu comunidades na Gardênia Azul, Muzema, Itanhangá e Rio das Pedras. A disputa entre os criminosos rivais também acontece na Cidade de Deus, Tirol, Complexo da Covanca e Praça Seca. Na Zona Norte, o conflito ainda ocorre nos Morros do Fubá e Campinho.

Em agosto deste ano, Lesk esteve na mira da Polícia Civil e teve um áudio interceptado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Inquéritos Especiais (Draco-IE). A especializada, na ocasião, investigava um suposto áudio de um homem, que se identifica como o traficante Lesk, que determina o desligamento de todas as máquinas caça-níqueis instaladas na Gardênia Azul. O principal objetivo de Philip seria lucrar com o dinheiro da contravenção.

"Onde tiver maquininha caça-níquel no Gardênia, é para desligar tudo, manda desligar tudo. Fala que é ordem do Lesk. Tudo desligado até segunda ordem", diz trecho do áudio que circula nas redes sociais. Atualmente a quadrilha de Lesk usa a Cidade de Deus como refúgio.

O Dia

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