Antes de sessão desta quarta,
presidente do Supremo Tribunal Federal comentou as propostas de mudanças na
composição e funcionamento da Corte e disse ter a ‘melhor relação possível’ com
os líderes do Congresso
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso,
disse não ver com “simpatia” a possibilidade de implantarem mandatos para os
ministros da Corte. A declaração foi dada pelo ministro nesta quarta-feira, 4,
antes do início da sessão do plenário e acontece em meio à queda de braço entre
os Poderes Judiciário e Legislativo.
Insatisfeitos com uma suposta “usurpação” da Corte em temas sensíveis como
descriminalização do porte de drogas, do aborto e o Marco Temporal. O
último item foi derrubado pelo STF, mas aprovado pelo Senado Nacional. Uma das
propostas analisadas é estabelecer mandatos para ministros, assim como os
parlamentares. Ao comentar o tema, Barroso disse que existem “vantagens e
desvantagens” no modelo atual e no sugerido pelos parlamentares. No entanto,
ele disse não ver com simpatia a mudança no modelo, que foi estabelecido na
Constituição. “A questão dos mandatos, essa discussão houve de maneira
relevante na Constituinte que produziu a Constituição de 1988. […] Como a
Constituição escolheu um determinado modelo, pior do que manter um modelo ideal,
é ter um que não se consolida nunca. Por essa razão, não vejo com simpatia,
embora veja com todo respeito, a vontade de discutir esse tema”, afirmou o
presidente da Corte. Ele também disse ver com “muita ressalva” a possibilidade
de reversão das decisões do Supremo pelo Congresso.
Questionado sobre as propostas
envolvendo mudanças no STF, Barroso disse não ver razão para alterar o
funcionamento da Corte. “Em uma democracia, nenhum tema é tabu. Tudo pode e
deve ser discutido à luz do dia e acho que o Congresso Nacional é o local é próprio
para o debate público. Eu vejo com grande naturalidade a discussão de temas de
interesse nacional. Eu compreendo. Compreender não significa concordar, mas
compreendo. O Supremo, nesses 35 anos de reconstitucionalização do Brasil, tem
servido bem ao país na proteção das instituições de maneira geral. Acho que,
nos últimos anos, o Supremo teve um papel decisivo e salvou muitas vidas diante
do negacionismo em relação à pandemia. Acho que, em alguns momentos de
sobressalto, o Supremo foi um bom guardião da Constituição contra o
autoritarismo e posições extremistas”, disse o presidente da Corte, que
continuou: “Honesta e sinceramente, considerando uma instituição que vem
funcionando bem, eu não vejo muita razão para se procurar mexer na composição e
no funcionamento do Supremo”.
Barroso também minimizou as
discordâncias entre o Judiciário e o Legislativo, alegando ter “a melhor
relação possível” com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Eu tenho a melhor relação possível com o Congresso Nacional. Tenho a melhor
relação possível com o presidente do Senado, que é uma figura fidalga,
democrática, um advogado de sucesso, servindo ao país. Não temos nenhum tipo de
problema. Da mesma forma, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur
Lira. Temos o melhor diálogo possível”, exaltou Barroso.
Por Jovem Pan
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