Hackers iranianos, chineses e
outros grupos estão promovendo informações pró-Hamas em múltiplas plataformas
de redes sociais, de acordo com investigadores de segurança norte-americanos.
De acordo com o The Wall Street
Journal, trolls ligados ao Irã estão se passando por cidadãos egípcios para
divulgar narrativas que se destinam em grande parte ao público no Egito que
apoia o Hamas e critica Israel. Além disso, John Hultquist, analista-chefe da
divisão Mandiant Intelligence do Google Cloud, observou que um grupo de hackers
chineses tem criticado a forma como o governo Joe Biden lidou com os ataques.
Além disso, esses hackers têm
como alvo Israel através de seus meios, tentando assim enfraquecê-lo noutra
frente.
Conforme relatado na revista
Wired pelo pesquisador de inteligência de ameaças cibernéticas da Equinix, Will
Thomas, “pelo menos 60 sites” receberam “ataques DDoS” e “metade deles são
sites do governo israelense”.
“Vi pelo menos cinco sites que
foram desconfigurados para exibir mensagens relacionadas à ‘Palestina Livre'”,
acrescentou.
Os ataques DDoS envolvem a
sobrecarga dos servidores de uma página online, enviando mais solicitações do
que ela pode processar. Dada esta elevada procura, que ultrapassa as margens
contempladas, o servidor não consegue responder e entra em colapso.
Assim, além de ser denunciada
atividade pró-Hamas iraniana e chinesa, foi registrada a participação de outros
três grupos nestas ofensivas online.
Por um lado, existem hackers
autoproclamados “islâmicos” que apoiam a Palestina, disse Alex Leslie, da
empresa de segurança Recorded Future, à Digitaltrends. Um deles seriam os
hackers AnonGhost, que assumiram a responsabilidade pelo suposto ataque contra
a plataforma israelense de alerta de mísseis, RedAlert.
Segundo a empresa Grupo-IB, o que
aconteceu foi que, neste domingo, o grupo utilizou uma vulnerabilidade no
aplicativo para lançar mensagens de spam e até um alerta de bomba nuclear que
atingiu todos os usuários e espalhou o pânico na população.
“Eles interceptaram solicitações,
expuseram servidores e APIs vulneráveis e usaram scripts Python para enviar
mensagens de spam a alguns usuários do aplicativo”, explicaram no X.
Em segundo lugar, existem os
“hackers pró-Rússia que estão atacando Israel, provavelmente com a intenção de
semear o caos e espalhar narrativas”. Ainda em agosto, a Rússia e o Irã
assinaram um pacto no qual definiam a união do seu aparato de propaganda
antiocidental, ferramenta de grande ajuda para o regime persa neste momento.
Por fim, existem as “novas”, ou
seja, aquelas equipes que surgiram “nos últimos dias” e cujas atividades
anteriores a este fim de semana eram “limitadas”.
Estes episódios revelaram, mais
uma vez, o importante papel que as redes sociais têm nos conflitos, nestes
tempos.
Desde o início de sua ofensiva, o
Hamas divulgou vídeos que mostram centenas de pessoas inocentes a serem
raptadas e massacradas, combatentes armados anunciando a morte de israelitas
aos seus entes queridos, a captura de reféns que foram levados à força para
Gaza e a forma como planejaram e entraram em Israel. território.
“Um terrorista invadiu a casa
dela, assassinou-a, pegou-lhe no telefone, fotografou o horror e publicou-o no
seu mural do Facebook”, disse uma das vítimas sobre a forma terrível como soube
do assassinato de sua avó.
A isto soma-se também o vídeo que
se tornou viral no sábado de uma jovem que foi raptada numa festa e desfilava
inconsciente e seminua na traseira de um camião, juntamente com terroristas
armados.
Esta disseminação massiva de
conteúdos é intencional e visa “gerar um sentimento de desamparo, paralisia e
humilhação”, explicou Michael Horowitz, analista de segurança da empresa de
consultoria Le Beck International, e sublinhou que “o Hamas e os meios de
comunicação palestinos, que estão associados ou não, fornecer provas de crimes
de guerra.”
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