Ministérios da Economia e de Minas e Energia produzirão estudos
O Conselho do Programa de
Parcerias de Investimentos (CPPI) aprovou hoje (2) resolução que
recomenda a edição de um decreto pelo presidente Jair Bolsonaro para permitir o
início de estudos sobre a privatização da Petrobras.
A inclusão oficial da Petrobras
no PPI só pode ser feita depois do decreto. Um comitê interministerial, formado
pelos Ministérios da Economia e de Minas e Energia, se encarregará dos estudos,
tanto sobre a desestatização da Petrobras como sobre a venda dos contratos da
PPSA, estatal que gere a comercialização do petróleo extraído da camada
pré-sal.
Segundo o secretário especial do
PPI, Bruno Westin Leal, a recomendação aprovada hoje não significa a
inclusão da Petrobras no Plano Nacional de Desestatização (PND). Isso porque a
entrada da petroleira no PND necessita de aprovação de projeto de lei ou de
medida provisória pelo Congresso Nacional.
“Não temos nenhum prazo definido
para o envio de projeto [sobre a Petrobras]”, declarou Westin. “De forma
objetiva, não há horizonte”, acrescentou o secretário, ao ser perguntado sobre
prazos para a conclusão dos estudos e de uma eventual privatização.
Em relação à PPSA, o secretário
especial de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord,
esclareceu que o governo não pretende privatizar a estatal, que, nas palavras
dele, “não tem valor em si mesma. Segundo ele, a União quer vender os direitos
de receber os valores dos contratos sob regime de partilha. “Como isso vai
acontecer, é objeto dos estudos”, declarou.
Apesar de o governo não confirmar prazos para uma eventual privatização da
Petrobras, Mac Cord disse que a venda da companhia para a iniciativa privada
estimularia o investimento privado, num momento em que o planeta passa por uma
transição energética. Ele também avaliou que uma possível privatização
aumentaria a competitividade.
“Desde a década de 1940, quando se
decidiu por um modelo estatal, concentrou-se o setor de petróleo em uma
empresa. Ao longo dos estudos, vamos verificar como o aumento de competição
poderá acontecer. O importante é, com 70 anos de atraso, conseguirmos propiciar
um ambiente competitivo”, comentou Mac Cord.
Na reunião de hoje, o
Conselho do PPI aprovou o arrendamento de mais quatro terminais portuários: em
Porto Alegre, São Francisco do Sul (SC), Itaguaí (RJ) e Vila do Conde (PA). O
órgão também aprovou as relicitações da BR-163 em Mato Grosso e do aeroporto do
Galeão (RJ), cujas concessões estão sendo devolvidas ao governo. Nesses dois
casos, os estudos para definir o modelo dos leilões ainda precisam ser feitos.
Perspectivas
O Conselho do PPI também
apresentou um balanço das atividades do órgão nos últimos três anos e atualizou
a carteira de leilões para 2022. Até o fim do ano, o governo quer leiloar mais
de 90 ativos à iniciativa privada, que resultarão em investimentos privados de
quase R$ 190 bilhões.
O governo aposta na concessão do Aeroporto de Congonhas (SP) e de
mais 14 aeroportos, aprovada ontem (2) pelo Tribunal de Contas da
União (TCU). O Conselho do PPI também destaca o leilão de três lotes de
rodovias no Paraná e dois leilões de linhas de transmissão de energia.
Ainda em 2022, o governo quer
leiloar dez parcerias público-privadas (PPPs) de iluminação pública, em cidades
como Curitiba, Camaçari (BA), Nova Iguaçu (RJ) e Colatina (ES). A lista do PPI
para este ano também abrange três projetos de resíduos sólidos até o fim do
ano: em Teresina, Bauru (SP) e Consórcio Comares (CE).
O grande destaque deste ano,
segundo o Conselho do PPI, será a privatização da Eletrobras, que,
diferentemente de um leilão direto, se dará por meio de um programa de diluição
de ações. Nesse modelo, a União reduzirá a participação na companhia de pouco
mais de 70% para, no máximo, 45%.
Balanço
O Conselho do PPI divulgou um
balanço das atividades nos últimos três anos. Segundo o órgão, foram leiloados
150 projetos de janeiro de 2019 a maio deste ano, que resultaram na
contratação de R$ 865,7 bilhões em investimentos privados e renderam R$ 149,5
bilhões em receitas de outorgas para o governo.
Apenas neste ano, foram leiloados 19 projetos, que resultaram em R$ 29,5
bilhões na contratação de investimentos privados e na arrecadação de quase R$ 2
bilhões em outorgas. Segundo o secretário especial Bruno Westin Leal, o grande
destaque foi a venda da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), a primeira
companhia do tipo totalmente privatizada.
Agência Brasil -
Brasília
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