Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, comanda a ordem do dia de votação virtual. Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados |
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal,
determinou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, manifeste – com
urgência- se pretendente denunciar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ou
solicitar o arquivamento da investigação contra ele o pai, César Maia.
Os dois foram
delatados por executivos da Odebrecht. Na planilha do sistema de propinas da
empreiteira, segundo os delatores, Maia era identificado pelo codinome de
“Botafogo”.
Em 2019, a
Polícia Federal concluiu a investigação aberta em 2017 e apontou indícios de
que Maia e o pai cometeram os crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica
eleitoral e lavagem de dinheiro.
À época, Fachin
deu 15 dias para Raquel Dodge, então procuradora-geral, oferecer denúncia ou
requerer o arquivamento do inquérito. O prazo venceu e até hoje não houve
posicionamento da PGR sobre a ordem do ministro nem devolução dos autos ao
Supremo.
De acordo com o
relatório da PF, "os elementos probatórios colhidos nos permitem afirmar
com segurança sobre a realização de solicitações indevidas entre os anos de
2008 e 2010 por parte do deputado federal Rodrigo Maia e o atual vereador da
cidade do Rio de Janeiro Cesar Maia no valor total de R$ 1.800.000,00, bem como
acerca do recebimento de pagamentos indevidos pela Odebrecht, nos anos de 2008,
2010, 2011 e 2014, no valor R$ 1.600.000,00, em espécie, sendo que parte
relevante, cerca de R$ 750.000,00 foi paga quando Rodrigo Maia e César Maia não
eram candidatos (R$ 300.000,00 em 2008) ou fora do período eleitoral (R$
450.000,00 em dezembro de 2010 e janeiro de 2011)”.
A investigação
começou em março de 2017 e só foi concluída por determinação de Edson Fachin. O
procurador-geral já foi notificado.
Por Daniel
Adjuto, CNN
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