Miguel
Ángelo Pichetto, escolhido como vice da chapa encabeçada
por Mauricio
Macri nas eleições presidenciais da Argentina, em foto
de março —
Foto: Agustin Marcarian/Reuters
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Anuncio
surpreendeu porque Miguel Pichetto, peronista, já foi aliado de Kirchner e
votou contra a retirada da imunidade parlamentar da ex-presidente.
O presidente
argentino, Mauricio Macri,
candidato à reeleição, anunciou nesta terça-feira (11) como seu candidato a
vice o opositor peronista Miguel Pichetto. A estratégia amplia a coligação de
governo e acirra a corrida eleitoral contra Cristina Kirchner.
A 24 horas da
inscrição das coligações e a 10 dias das inscrições dos candidatos que darão
início à corrida eleitoral, o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou
uma surpreendente ampliação da sua coligação, ao incorporar um candidato a
vice-presidente da oposição peronista, o senador Miguel Ángel Pichetto,
ex-aliado de Cristina.
"Quero
anunciar que Miguel Ángel Pichetto me acompanhará como candidato a
vice-presidente", publicou Macri nas redes sociais, explicando a
inesperada associação como necessidade de construir acordos.
"Necessitaremos
construir acordos com muita generosidade e com patriotismo", indicou.
A decisão visa
seduzir o voto peronista, pulverizado em diferentes candidaturas como a da
ex-presidente Cristina Kirchner, que será candidata a vice-presidente na chapa
que leva Alberto Fernández como candidato a presidente.
Quem é Miguel
Pichetto
Miguel Pichetto é
o líder do bloco peronista no Senado desde o governo de Cristina Kirchner
(20017-2015), ex-chefe de partido.
O peronista
também permite a Macri uma experiente administração do Senado numa eventual
reeleição do presidente na qual o governo precisará aprovar reformas
estruturais.
Com a associação
de Macri a Pichetto e de Cristina Kirchner a Alberto Fernández, a campanha
eleitoral argentina esvazia qualquer alternativa peronista pela terceira via. O
processo já nasce polarizado até o primeiro turno, que será realizado em 27 de
outubro, tendendo a manter um duelo acirrado até o segundo turno, em 24 de
novembro.
Cristina afirma que será candidata a vice na chapa liderada pelo ex-chefe de Gabinete de Nestor Kirchner, Alberto Fernández Foto: Daniel Garcia/AFP |
Estratégia de
Kirchner
Cristina Kirchner
anunciou em maio que vai concorrer
à vice-presidência, tendo como candidato a presidente o seu ex-chefe de
gabinete, Alberto Fernández. A estratégia visa diminuir a polarização sobre sua
candidatura, enquanto mantém a imunidade do cargo de vice-presidente que,
na Argentina, ocupa
automaticamente a presidência do Senado.
Como candidata a
vice-presidente, Cristina Kirchner não precisa renunciar ao cargo de senadora,
garantindo imunidade perante a ação da Justiça em 13 processos penais, a
maioria por corrupção. A ex-presidente está desde o último dia 21 sob
julgamento e tem sete pedidos de prisão preventiva que só não são executados
devido à sua imunidade como atual senadora.
Paradoxalmente, a
imunidade de Kirchner só se mantém graças a Miguel Pichetto, quem tem o
controle sobre a quantidade de senadores necessária para votar pela perda de
imunidade parlamentar.
"Pessoalmente,
não sou a favor de aprovar a autorização para prisão preventiva de Cristina
Kirchner. Considero que a prisão preventiva seja uma pena antecipada. Deve
haver antes uma sentença", explicou à RFI, no final do ano passado, o
senador Miguel Ángel Pichetto, líder do bloco peronista, quem controla os votos
necessários para tirar a imunidade de Cristina Kirchner, sua ex-chefe de
partido.
Por Márcio Resende, RFI — Buenos
Aires (Argentina)
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