Maduro e
Guaidó — Foto: Federico Parra/ AFP
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Líder da
oposição preside a Assembleia Nacional – justamente o Parlamento para o qual
Maduro pretende adiantar as eleições.
O
autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan
Guaidó, criticou nesta terça-feira (21) a proposta feita por Nicolás Maduro de antecipar as eleições para a Assembleia
Nacional como forma de resolver a crise política no país.
"É
muito cínico insinuar que ele está disposto a se submeter a uma eleição quando
ele roubou em 2018. Dissociação, loucura", disse Guaidó.
Guaidó preside
a Assembleia Nacional. É o único órgão oficial venezuelano que não está sob
controle do regime de Maduro. Como os parlamentares declararam o chavista
"usurpador" do cargo e não reconheceram a posse de janeiro de 2019, o
presidente do Parlamento – portanto Guaidó – reivindicou a Presidência.
Maduro, porém,
reitera o desejo de antecipar as eleições legislativas. Elas estavam marcadas
para dezembro de 2020, mas o governo chavista quer convocá-las para antes para
tentar por fim à crise do poder venezuelano.
A sugestão foi
feita por Maduro diante de milhares de apoiadores convocados um ano após as
eleições presidenciais, também antecipadas, nas quais ele foi reeleito até
2025. Essas eleições não foram reconhecidas pela oposição nem por Estados Unidos,
União Europeia e países latino-americanos.
"Eu
quero eleições já!", disse Maduro.
Guaidó
critica parlamento paralelo
No discurso,
Guaidó também denunciou a Assembleia Constituinte – parlamento paralelo
controlado pelo chavismo. Na segunda-feira, esse órgão aprovou uma medida que,
na prática, o permite atuar como potência plenipotenciária até 31 de dezembro
de 2020.
"É
cínico dizer à Venezuela que vão ampliar um período de uma Constituinte que não
existe, quando nos últimos três meses eles não falaram nem uma vez sobre o
problema da água, da gasolina", disse Guaidó.
Além disso,
Guaidó insistiu às Forças Armadas que virem as costas a Maduro. O alto comando
militar, porém, confirmou o apoio ao chavismo após a tentativa de rebelião de um grupo de soldados
liderado pelo líder oposicionista em 30 de abril.
"Chegou o
momento, senhores das Forças Armadas, de dar um passo, não estamos pedindo mais
nada (...) é o momento de agir, falar, ficar do lado da Constituição",
disse Guaidó, em uma sessão para a qual a Guarda Nacional, que protege o
Palácio Legislativo, proibiu a entrada da imprensa.
Chanceler de
Maduro pede diálogo
"Não é
uma guerra o que queremos na Venezuela. Podemos estar nos preparando porque nos
obrigam a estas circunstâncias (...), mas queremos a paz", disse Arreaza.
"De Havana
fazemos um apelo aos Estados Unidos para o diálogo, o entendimento e o respeito
mútuo para que cesse a ameaça militar, a soberba, o bloqueio contra o povo da
Venezuela", destacou Arreaza.
Por France Presse
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