Jennifer
tinha 15 anos quando foi morar com rapaz, em 2009, sendo vista pela última vez
em 2011. Inquérito só foi aberto em 2017, quando testemunha revelou ter visto o
companheiro da jovem e o irmão dele, que é PM, sujos de sangue. PM também foi
preso na quinta (23).
O
ex-companheiro de uma jovem desaparecida há oito anos e o irmão dele, que é
Policial Militar da UPP do Morro dos Macacos, foram presos na manhã desta
quinta-feira (23) em Rio das Ostras (RJ). Eles são suspeitos de ocultar o
cadáver de Jennifer Tifany Veiga Pires, que foi vista pela última vez em 2011,
segundo investigação da Polícia Civil.
A família notou
que algo poderia ter ocorrido com ela ao ver que o então companheiro postou
foto nas redes sociais anunciando um novo relacionamento, em 2014. Mas o inquérito
policial só foi aberto em 2017, depois que uma testemunha relatou ter visto o
rapaz e o irmão dele com as blusas sujas de sangue, tendo um deles confessado
que havia dado um sumiço na jovem, ainda segundo a polícia.
A mãe, Gláucia
Pires, conta que peregrinou em busca da filha e disse que acredita na culpa dos
suspeitos pelo fato deles nunca terem ajudado a procurá-la. A jovem saiu de
casa em 2009, quando tinha 15 anos, para morar com o rapaz e teve dois filhos.
"Como
que você vai procurar uma coisa que não existe mais. Certo? Eu não! Pra mim, eu
sempre procurei com a esperança de que minha filha fosse aparecer. Sempre lutei
pra isso. Só ele sabia. Ele e o irmão. Se não queria mais, que ele devolvesse a
minha filha" , desabafou.
Família de
Jennifer Tifany espera que a polícia encontre a jovem, que desapareceu em Rio
das Ostras, e que os culpados sejam punidos pela Justiça — Foto: Cadu
Alves/Inter TV RJ
Família de
Jennifer Tifany espera que a polícia encontre a jovem, que
desapareceu
em Rio das Ostras, e que os culpados sejam punidos pela
Justiça —
Foto: Cadu Alves/Inter TV RJ
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A mãe explicou
que sempre teve dificuldade de falar com a filha, por isso, decidiu procurar a
polícia ao vê-lo com outra pessoa nas redes sociais.
"Uma ora
diziam que ela estava viajando. Outra ora, que não queria me ver. Isso não só
pra mim. Minha filha vivia em cárcere privado. Só que eu não sou ninguém, não
tenho muito estudo, não tenho formação, não tenho dinheiro, então, eu dependo
de tudo público. Por isso, agradeço ao Dr. Ronaldo que abraçou a causa pra
descobrir a verdade", desabafou.
Gláucia disse
que, ao ir atrás da filha, foi comunicada que ela havia indo embora de casa sem
dizer para onde iria. A mãe de Jennifer conta que ainda tentou a guarda das
crianças e descobriu que já havia um pedido feito pela família paterna à
Justiça.
O delegado
titular da 128° DP de Rio das Ostras, Ronaldo Andrade Cavalcanti, explicou que
o relato da testemunha foi importante para desencadear o caso. Ele desconfia
que o corpo da jovem foi jogado em um rio do município.
"Apreendi
até arma na casa de um dos suspeitos. Os prendi para fazer as acareações
necessárias e ouvir novamente a testemunha sem se sentir intimidada pelo fato
de um dos suspeitos ser um policial", conta o delegado.
Ainda segundo a
Polícia Civil, o PM vai ser levado para o Batalhão Prisional da Polícia Militar
no Rio de Janeiro. Já o ex-companheiro da vítima vai ser encaminhado para um
presídio de Campos dos Goytacazes, no interior do Estado do Rio.
Procurada pelo G1,
A Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que
"não coaduna e pune com o máximo rigor qualquer desvio de conduta em seus
quadros, conduzindo os processos apuratórios com base na legislação
vigente."
Ainda segundo a
secretaria, o comando da corporação segue à disposição para colaborar com as
investigações e disse que o policial permanecerá preso na Unidade Prisional da
Polícia Militar, em Niterói.
"Só
quero saber o que aconteceu com a minha filha e que os culpados paguem pelo que
fizeram a ela, porque ela não merecia", disse a mãe.
Por Filipe Barbosa e Ariane Marques, G1 —
Região dos Lagos
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