© AFP/Getty
Images Lenín Moreno e Nicolás Maduro
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A Venezuela ordenou na quinta-feira
(18) a expulsão da mais alta representante diplomática do Equador em Caracas, em
reciprocidade à medida adotada por Quito contra a embaixadora venezuelana.
O governo
venezuelano “se vê obrigado a tomar medida recíproca contra a Encarregada de
Negócios do Equador na Venezuela, Elizabeth Méndez, que é declarada persona non
grata e tem 72 horas para deixar o país”, afirmou Caracas em nota oficial.
O documento destaca
que a Venezuela “não pode mais do que rechaçar a sistemática intromissão em
seus assuntos” por parte do presidente equatoriano, como também a expulsão de
sua embaixadora em Quito, Carol Delgado.
No início da
tarde de quinta, o governo do Equador deu 72 horas para que a representante
diplomática venezuelana deixasse o país, depois de comentários “ofensivos”
contra o presidente Lenín Moreno.
O ministro de
Comunicação venezuelano, Jorge Rodríguez, acusou Moreno de ter mentido na
Assembleia-Geral das Nações Unidas ao afirmar que cerca de 6.000 venezuelanos
entraram diariamente no Equador fugindo da profunda crise econômica em seu
país.
Em meio à
polêmica, Nicolás Maduro declarou
que ama o Equador, mas disparou contra Moreno declarando que “os traidores e os
covardes serão esquecidos”.
“Leais temos
sido aos ideais dos nossos libertadores e ao comandante (ex-presidente) Hugo
Chávez (…). A história só recorda os valentes, os leais. Os traidores e os
covardes serão esquecidos (…). Todos que se metem com a Venezuela secam, e os
traidores de ontem e de hoje secarão”, disse Maduro durante reunião de sua
equipe econômica.
A chancelaria
venezuelana classificou de “extravagante”, “intolerante” e “desproporcional” a
reação do Equador às declarações de Rodríguez.
“Moreno, em um
inaudito ato de agressão contra a Venezuela, dedicou um quarto do tempo de sua
intervenção para mentir sobre a realidade do fenômeno migratório”, afirmou a
nota oficial.
Segundo a
chancelaria, Moreno “mentiu” sobre o volume de emigrantes, sobre a atenção que
os venezuelanos recebem no Equador e sobre as condições de saúde no país.
“É evidente que
toda esta falaciosa e hostil argumentação (…) são mera consequência do novo
papel atribuído ao governo equatoriano” por Washington, acrescentou.
O governo
socialista venezuelano nega que haja uma crise humanitária causada pela
situação socioeconômica, e diz que as acusações sobre o tema fazem parte da
campanha internacional contra Maduro.
A ONU calcula
que cerca de 1,9 milhão de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015, a maioria
para países da região, principalmente Colômbia, Peru e Brasil.
(Com AFP)
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