Jair
Bolsonaro durante entrevista a jornalistas na Câmara
dos
Deputados (Foto: Reuters/Adriano Machado)
|
Questionado
sobre propostas para a manutenção do patrimônio histórico do país, candidato do
PSL à Presidência afirmou que, embora tenha “Messias” no nome, não tem como
'fazer milagre'.
O candidato do
PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (4) que
o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, “já pegou fogo” e que, embora tenha
“Messias” no nome – ele se chama Jair Messias Bolsonaro – não tem “como fazer
milagre”.
“Já está feito,
já pegou fogo, quer que faça o quê? O meu nome é Messias, mas eu não tenho como
fazer milagre”, ironizou Bolsonaro, cujo nome completo é Jair Messias
Bolsonaro.
Ele deu a
declaração ao ser questionado por jornalistas na saída de uma comissão na
Câmara dos Deputados, onde é parlamentar, sobre as propostas para a manutenção
do patrimônio histórico do país.
No domingo (2),
um incêndio
de grandes proporções consumiu todo o interior do prédio do Museu Nacional.
O acervo contava com mais de 20 milhões de itens.
Nesta terça,
Bolsonaro atribuiu o episódio à indicação política para os cargos de comando do
museu.
“A
administração toda é de gente filiada ao PSOL e ao PCdoB. A indicação política
leva a isso. Os partidos se aproveitam, vendem seu voto aqui dentro [da Câmara]
como regra para que a administração seja deficitária e lucrativa para eles,
individualmente”, afirmou.
A escassez de
verbas federais para a manutenção do museu é apontada pela direção da
instituição como a razão para o acontecido.
Segundo dados
da consultoria de orçamento da Câmara, o Museu
Nacional perdeu pelo menos R$ 336,3 mil no ano passado em relação
à verba pública que recebia em 2013. Naquele ano, o museu recebeu R$ 979,9 mil
do orçamento dos ministérios da Educação e da Cultura; em 2017, esse valor foi
de R$ 643,5 mil.
Indagado sobre
a falta de verbas para o museu, Bolsonaro desconversou: “Você não tem dinheiro,
paciência. Agora, para mim, é dinheiro para quermesse. Homem nu para criança
tocar não falta”, afirmou.
Em 2017,
a performance
de um artista nu no Museu de Arte Moderna (MAM), no Ibirapuera, em
São Paulo, provocou polêmica nas redes sociais. Um vídeo que viralizou no
Facebook mostrava quando uma criança de aproximadamente 4 anos toca o pé do
homem.
Repórter
Bolsonaro foi
ainda questionado por um repórter sobre o motivo de ter compartilhado nesta
terça no Twitter um vídeo que mostra uma criança contando que a professora
afirmou, em sala de aula, que meninos podem usar saia e brinco e pintar a unha.
Bolsonaro
devolveu a pergunta ao jornalista: “Você pintou a unha quando era criança?”
Diante da
resposta negativa do repórter, retrucou: “Você tem cara de ter pintado a unha”.
O jornalista
disse que Bolsonaro não poderia falar daquela maneira com ele, ao que o
candidato respondeu:
“Eu não posso o
quê, rapaz? Você pergunta o que quer e eu respondo o que eu quero”.
Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília
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