Quase 60
horas após incêndio, ainda é possível ver fumaça saindo
dos
escombros do Museu Nacional, na Zona Norte do Rio
(Foto:
Reprodução/ TV Globo)
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Curto-circuito
e a queda de um balão são duas das hipóteses investigadas. Especialista em
imagens em três dimensões ajuda nas investigações e tentará reconstruir imagens
dos ambientes.
Ainda é
possível ver fumaça saindo dos escombros do prédio do Museu Nacional, mais
de 60 horas após a construção ser destruída por um incêndio. Na
manhã desta quarta-feira (5), os bombeiros seguem de plantão no local. Ainda
não se sabe se a instituição
possuía certificado de segurança para funcionar.
Especialistas
de Brasília auxiliam os agentes da Polícia Federal no Rio na investigação das
causas das chamas que se alastraram pelo local na noite de domingo (2). Um dos
peritos é especializado na utilização de um scanner 3D. Com a produção de
imagens tridimensionais do local destruído pelo fogo, é possível preservar a
cena, caso ocorra um desmoronamento.
Até o momento,
um curto-circuito e a queda de um balão são duas das hipóteses investigadas.
O acampamento
do Corpo de Bombeiros ficará montado na porta do museu por tempo indeterminado.
No meio dos escombros, eles
encontraram um fragmento de um crânio. A expectativa é que seja
Luzia, o
fóssil humano mais antigo da América.
Um vigia também
encontrou um papel escrito em inglês, com as bordas queimadas.
O Ministério da
Educação liberou
R$ 10 milhões para evitar que a estrutura do palácio onde fica o
Museu Nacional também desabe.
“Basicamente é
estruturar, para que não haja perdas maiores, dar uma segurança no local,
aquisição de dois conteineres que ficarão na área, para que então os
pesquisadores possam ir, devagarinho, fazendo literalmente o trabalho de
arqueologia retirando os escombros, nós temos que tirar dos escombros pra
tentar recuperar o máximo possível”, explicou Alexandre Kellner, diretor do
Museu Nacional.
A Unesco, a
agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, vai ajudar o
museu a criar um novo acervo, com o apoio de outros países. Técnicos
especializados na recuperação de prédios históricos também serão enviados ao
Brasil.
Em Brasília, o
presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, anunciou
o lançamento de um edital até o fim do mês para a doação de R$ 25 milhões a
projetos de preservação do patrimônio histórico e cultural e prevenção contra
incêndios de acervos no país.
O ministro
Eliseu Padilha criticou a gestão de recursos da instituição pela UFRJ. “A
universidade tem autonomia orçamentária e financeira, ela distribui o seu
orçamento. Enquanto o orçamento da UFRJ cresceu 48,9% de 2012 a 2017, a dotação
feita pela UFRJ ao Museu Nacional caiu, de 2012 para 2017, 43,1%”.
Em nota, a UFRJ
declarou que sofreu significativa redução orçamentária nos últimos quatro anos.
E que é falaciosa e absurda qualquer versão que insinue aumento de recursos. A
UFRJ prevê que, por causa dos cortes, as contas fecharão este ano com déficit
de R$ 160 milhões.
Por Edivaldo Dondossola, Nathalia Castro e
Raquel Honorato, Bom Dia Rio
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