O
ex-governador Sérgio Cabral deixa o prédio da Justiça Federal,
no centro do
Rio de Janeiro, na tarde da segunda- feira, 13.
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Ex-governador
é acusado de receber propina do empresário Arthur Soares, que está foragido.
Ele também teria pago reforma na cobertura do ex-secretário de Saúde, diz
denúncia.
O ex-governador
Sérgio Cabral deixa o prédio da Justiça Federal, no centro do Rio de Janeiro,
na tarde desta segunda- feira, 13, após depor no caso da Operação Unfair Play,
que apura compra de votos para o Rio sediar a Olimpíada (Foto: Fábio
Motta/Estadão Conteúdo)
O ex-governador
Sérgio Cabral (MDB) e o ex-secretário de Saúde de sua gestão, Sérgio Côrtes,
são ouvidos na tarde desta segunda-feira (13) na Operação Unfair Play, que
apura compra de votos para o Rio sediar a Olimpíada. Cabral afirmou que não
aceitou propina para favorecimento em licitações, ao contrário do que disse
seu ex-secretário
de Saúde, Sérgio Côrtes, em depoimento posterior.
O processo da
Unfair Play foi desmembrado em dois. Na semana passada, Cabral foi ouvido a
respeito da suposta compra de votos de membros africanos do Comitê Olímpico
Internacional e negou. Desta vez, o ex-governador é ouvido a respeito das
propinas que teriam sido pagas por Arthur Soares. O empresário, conhecido como
"Rei Arthur", era
um dos principais fornecedores do governo do estado na gestão Cabral . Ele
está foragido há um ano.
Carlos Miranda,
delator e ex-operador do esquema criminoso de Cabral, diz que o ex-governador
recebeu mais de R$ 1 milhão em propina das firmas do empresário por cerca de 5
anos. Cabral voltou a negar ter recebido propina, mas admitiu caixa dois.
"O senhor
Arthur Soares me ajudou em campanhas eleitorais de maneira informal, caixa
dois. Os irmãos Chebar (delatores) foram responsáveis para pegar parte desses
recursos. (...) Posso lhe garantir que me ajudou em campanhas de 2002 para o
Senado, 2004 para ajudar candidatos aliados e sei que ajudou adversários meus,
2006 para o Governo do Estado, 2008 para as campanhas municipais, 2010 para
reeleição e de candidatos aliados. Mas em 2012 não sei, 2014 com certeza
não".
Cabral voltou a
assumir seus erros, dizendo que usou dinheiro de caixa dois para "fins
pessoais". No entanto, afirmou que jamais prometeu obras públicas em troca
de vantagens indevidas.
"O que
eu não fiz foi (pedir) propina, agir como corrupto. Isso eu nunca agi",
disse o ex-governador.
"Se o
colaborador (de campanha) tinha expectativa (de um benefício do governante),
nunca teve a coragem ou, se me permita, a desfaçatez de dizer: 'Vou te ajudar'
ou '(Vou) Ajudar seu candidato e 'Meu contrato está ruim, queria estar nessa
obra'. Isso nunca houve. Nunca dei essa abertura. O Ministério Público não foi
capaz em nenhum processo de pegar um diálogo que me vincule a esse tipo de
circunstância", acrescentou.
Na semana
passada, Cabral disse que a denúncia de compra de votos para a Rio-2016 é "preconceito
racial" por parte dos procuradores. A investigação indica que o
pagamento foi feito também através do empresário Arthur Soares.
Cortês depõe
na sequência
De acordo com a
denúncia, Côrtes teve despesas pessoais pagas por Arthur Soares através da
ex-sócia do empresário Eliane Cavalcante. A benesse seria uma reforma em sua
cobertura na Lagoa, Zona Sul, de R$ 148 mil.
O ex-secretário
de Cabral prestou depoimento logo depois do ex-governador e o desmentiu. Ele
disse que a versão da contribuição sem um interesse por trás é "querer se
enganar". "Não tenho dúvida nenhuma que esse acerto está
correlacionado".
Por Gabriel Barreira, G1 Rio
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