Arma de fogo
e reprodução de projétil em miniatura se
misturam com
chaveiros de Nossa Senhora Aparecida e
o Cristo
Redentor (Foto: Marcos Serra Lima/G1)
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Objetos são
vendidos por R$ 5 e podem ser personalizados. 'É extremamente grave relacionar
o Rio a um símbolo de violência', opina especialista em segurança.
O Cristo
Redentor e o Maracanã agora dividem espaço em feiras de artesanatos com outros
tipos de souvenir, mais representativos no momento atual da cidade: miniaturas
de fuzil com a inscrição "Rio 2017" e réplicas de projétil. Na
feirinha de Copacabana, um dos bairros mais procurados nos roteiros turísticos,
os objetos são vendidos por R$ 5, e o cliente ainda pode gravar o nome no
chaveiro no ato da compra.
O G1 apurou que são vendidos por
dia, em média, 15 chaveiros com a miniatura de fuzil, que começaram a ser
comercializados este ano no local. Não por acaso. Em 2017, o Rio de Janeiro bateu o recorde de
apreensões de fuzis. De acordo com o Secretário de Segurança Pública do
RJ, Roberto Sá, em outubro o número já ultrapassava 400.
"Já
chegamos à marca de 400 fuzis apreendidos em outubro, sendo 83% fuzis
estrangeiros", anunciou Sá durante uma coletiva no mês passado.
Objeto
característico de um lugar que se vende como lembrança especialmente a
turistas, o souvenir, no Rio, ganha forma de artigos que remetem à violência,
deixando para trás, na preferência dos turistas, grandes ícones como Pão de
Açúcar e Maracanã.
Objetos são
vendidos a turistas por R$5
(Foto:
Marcos Serra Lima/G1)
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"Os gringos
preferem as réplicas de balas. Acho que isso é mais diferente pra eles,
né?", acrescentou a vendedora.
Um dos
principais cartões-postais continua sendo o Cristo Redentor, mas a imagem da
cidade, atualmente, está tão associada a tiroteios e roubos contantes que o
artesanato se apropriou dessa crise na segurança pública para criar novos
símbolos de identificação do Rio.
"Os
turistas comentam. Os chaveiros que mais são vendidos são o da bala e o do
fuzil", revela a ambulante.
Questão
grave, diz especialista
Para o
especialista em segurança pública Paulo Storani, essa questão simbológica
social é grave.
"É
extremamente grave relacionar o Rio a um símbolo de violência, é reforçar a
presença do fuzil na cidade, uma arma que é utilizada em guerras, por terroristas.
Essa associação é muito pior do que analisar se a venda desses objetos é ou não
algum tipo de apologia. A maior importância disso tudo é a representação
social", analisa Storani.
Paulo ainda
avalia a motivação que leva turistas a comprarem o acessório.
"A
mensagem que o turista leva pra casa é 'Eu estive no Rio e voltei vivo,
sobrevivi'. Isso que ele leva daqui. Não é bom para imagem do Rio nem do
Brasil, mas a violência é uma realidade, infelizmente".
Por Marcos Serra Lima e Patricia Teixeira, G1
Rio
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