Foto não
datada do ex-presidente peruano Alberto Fujimori
na cama, na
prisão. A imagem foi divulgada pela família de
Fujimori em
13 de outubro (Foto: AFP)
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Decisão de
Pedro Pablo Kuczynski de soltar ex-presidente logo após ter pedido de
impeachment rejeitado provocou onda de protestos.
O ex-presidente
do Peru Alberto Fujimori pediu em vídeo, nesta terça-feira (26) perdão “do
fundo do meu coração” após ter recebido o perdão do atual chefe de Estado,
Pedro Pablo Kuczynski, na véspera de Natal.
No vídeo, gravado
no hospital onde está internado, em Lima, e postado no Facebook e no
Twitter, Fujimori se desculpou com os peruanos que ele admitiu ter desapontado.
Ele também prometeu que, como homem livre, vai apoiar Kuczynski no projeto de
reconciliação do país.
Alberto
Fujimori foi condenado em 2007 a seis anos de prisão por suborno durante seu
mandato, mas teve a pena aumentada para 25 anos por desrespeito aos direitos
humanos no mesmo período. A Justiça considerou que o ex-presidente autorizou a
atuação de esquadrões da morte.
"Sou
consciente que os resultados durante o meu governo foram bem recebidos; mas
reconheço, por outro lado, que decepcionei meus compatriotas. A eles, peço
perdão", diz Fujimori, na gravação.
Decisão
polêmica e suspeita de acordo
Kuczynski
assinou o indulto apenas três
dias depois de evitar a destituição com a abstenção de um grupo de dez
fujimoristas liderados por Kenji Fujimori, filho mais novo de
Alberto, que anteriormente tinha pedido de maneira aberta ao mandatário para
indultar seu pai.
Diversos
protestos foram registrados no país após a decisão. Kuczynski
alegou que o indulto se deu por "razões humanitárias".
"Trata-se
da saúde e das possibilidades de vida de um ex-presidente do Peru que, tendo
cometido excessos e erros graves, foi sentenciado e já cumpriu 12 anos de
condenação", argumentou Kuczynski.
Manifestantes
são impedidos pela polícia de fazer ato em frente a hospital onde Alberto
Fujimori se encontra internado, em Lima no Peru (Foto: Guadalupe Pardo/Reuters)
"Estou
convencido de que quem se sente democrata não deve permitir que Alberto
Fujimori morra na prisão. A justiça não é vingança", acrescentou.
Na madrugada de
segunda para terça-feira, manifestantes organizaram diversos atos contra o
perdão presidencial. Em Lima, a tropa de choque dispersou protestos em frente
ao Palácio do Governo e nas ruas próximas ao hospital onde Fujimori está
internado.
Popularidade
Fujimori
continua a ser popular apesar dos abusos cometidos durante o seu regime. Muitos
o reconhecem por ter conseguido derrotar os guerrilheiros do Sendero Luminoso e
o MRTA e estabilizar a economia após a crise da hiperinflação produzida sob o
primeiro governo de Alan García (1985-1990).
De acordo com pesquisas
recentes, 65% dos peruanos são favoráveis ao indulto a Fujimori.
Por G1
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