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Dusek/Estadão Ministro Gilmar Mendes
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BRASÍLIA - O
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta
quarta-feira, 20, o acordo de colaboração premiada firmado pelo Ministério
Público Federal (MPF) com o grupo J&F.
“Embora líderes
de organização eles foram perdoados pela procuradoria com a máxima
benevolência”, criticou Gilmar Mendes, ao tratar da delação premiada firmada
pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
O ministro
disse que houve “perplexidade” com o fato de ter se dado “imunidade máxima” aos
colaboradores.
Gilmar Mendes
também afirmou que houve “constrangimento” com a atuação do então procurador da
República Marcello Miller “nos dois lados do balcão”. Miller é acusado de ter
atuado para o grupo J&F antes mesmo de se desligar oficialmente da
Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Deus é
brasileiro, porque diante de tanta inapetência, de tanta complacência com
malfeitos, acontece um fenômeno como esse: os bandidos confessam a bandidagem”,
disse Gilmar Mendes, ao fazer referência ao áudio de Joesley e do executivo
Ricardo Saud entregue pelos próprios delatores.
“Infelizmente,
pra constrangimento geral, isso não se deu graças à investigação do Ministério
Público. Talvez em parte graças à atuação da Polícia Federal, de forma
indireta, mas isso se deu graças à iniciativa dos próprios delatores. Esse é o
constrangimento geral. Foram os próprios delatores que entregaram a gravação”,
comentou Gilmar Mendes.
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