Procurada pelo Estado, Roberta, que é filiada ao PC do B
e pretende se candidatar a deputada estadual, disse que
estava em um jantar e não poderia falar com a reportagem.
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A socialite Roberta Luchsinger, de
32 anos, neta de um ex-acionista do banco Credit Suisse, que prometeu doar R$
500 mil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não paga o condomínio do
apartamento onde mora, em um bairro nobre de São Paulo, desde dezembro de 2014.
Segundo a advogada que defende os
interesses do prédio, a dívida já estaria em R$ 232 mil. “Ela não constituiu
advogado para esse processo, que correu à revelia. Nós já estamos na fase de
avaliação pericial. O apartamento deve ir a leilão em breve”, disse a advogada
Ana Beatriz Cardoso de Souza.
O edifício, localizado em
Higienópolis, tem um apartamento em cada um dos 11 andares. Os outros moradores
estariam “loucos da vida” com a notícia da suposta doação ao ex-presidente – já
que o não pagamento da dívida tem recaído sobre eles (que têm despesas com
funcionários, manutenção, etc.).
Procurada pelo Estado,
Roberta, que é filiada ao PC do B e pretende se candidatar a deputada estadual,
disse que estava em um jantar e não poderia falar com a reportagem.
No Twitter e no Facebook, ela
escreveu que poderia “dobrar a doação” ao ex-presidente. A reação de Roberta
nas redes sociais foi em relação à reportagem publicada pelo jornal Folha
de S.Paulo, que mostrou que ela já havia sido intimada a pagar uma dívida
de R$ 62 mil com uma loja de decoração antes de fazer qualquer tipo de doação.
O advogado da NP Decorações,
Humberto Carlos Barbosa, afirmou que Roberta não aceitou negociar a dívida com
a loja, que existiria desde 2013. Segundo ele, seu cliente foi pego de surpresa
com a notícia da “doação”.
Ainda nas redes sociais, Roberta
escreveu: “É incrível como o Judiciário, em qualquer instância, se transformou
em um instrumento de luta política contra Lula e todos que o apoiam!”. Em outro
post, ela afirmou: “A partir de agora, baseado na decisão do juiz que quer me
impedir de doar para o Lula, confirmando assim a perseguição contra o
presidente, deveria ser proibida qualquer doação, seja a quem fosse. A começar
pelas empresas que doam ao (prefeito tucano João) Doria por exemplo,
será que estão todas ok? Será que esse juiz não gostaria de pegar e fazer essa
análise?!! Juristas de plantão, o que pode ser feito? Se não pode para um, não
pode para outro...”
O advogado de Roberta, Paulo
Guilherme Lopes, disse “não estar a par sobre as dívidas de condomínio de sua
cliente”. Em relação à dívida da socialite com a loja de decoração, afirmou que
o juiz teria feito apenas “um alerta para a não disposição de bens no caso de
existir alguma dívida pendente”.
O caso. Ao jornal Folha
de S.Paulo, Roberta declarou que doaria ao ex-presidente Lula um cheque de
28 mil francos suíços (cerca de R$ 93 mil) dado pelo avô Peter Paul Arnold
Luchsinger, um ex-acionista do banco Credit Suisse.
A doação também incluiria um
relógio Rolex, um anel de diamantes, bolsa e vestido de grifes famosas. No
total, a colaboração de Roberta ao ex-presidente estaria avaliada em cerca de
R$ 500 mil. A doação seria feita para ajudar o petista, que teve dinheiro e
bens bloqueados pelo juiz federal Sérgio Moro.
Roberta foi casada com o
ex-delegado da Polícia Federal e ex-deputado federal pelo PC do B Protógenes
Queiroz, que vive na Suíça depois de ter sido condenado por violação de sigilo
na Satiagraha, operação da Polícia Federal contra corrupção e lavagem de
dinheiro.
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