Deputado
Henry Ramos Allup fala em sessão da
segunda-feira
(7) no Parlamento da Venezuela
(Foto: AP Photo/Ariana Cubillos)
|
Acordo foi aprovado por
unanimidade pelos deputados que se opõem a Maduro. Embaixador do Brasil na
Venezuela, Ruy Pereira, participou da sessão.
O parlamento da Venezuela,
controlado pela oposição, reafirmou nesta segunda-feira (7), com a aprovação do
acordo de "desconhecimento de atos contrários à ordem
constitucional", que não reconhece a Assembleia Nacional Constituinte
promovida pelo governo de Nicolás Maduro que tomou posse na última sexta-feira,
e denunciou que as primeiras medidas tomadas pelo órgão foram uma confirmação
de sua natureza ditatorial.
O acordo foi aprovado por
unanimidade pelos deputados que se opõem a Maduro. O Parlamento também
denunciou a decisão da Constituinte de prolongar por dois anos o período que a
assembleia terá poderes soberanos para reorganizar o governo e modificar todas
as instituições da Venezuela.
O embaixador do Brasil na
Venezuela, Ruy Pereira, participou da sessão que aprovou o pacto que denuncia a
Assembleia Constituinte. Na semana passada, diplomatas do Reino Unido, México,
Espanha e França já tinham ido ao local em apoio ao Parlamento.
Para os deputados da oposição, o
curto espaço de tempo de atuação da Assembleia Constituinte são uma prova de
todas as críticas e alertas feitos antes da eleição de seus representantes e
confirmam que o órgão tem o "propósito de usurpar o poder do povo para
tentar prolongar uma dominação ditatorial".
Comissão da verdade
Além disso, os parlamentares
criticaram o estabelecimento por parte da Constituinte de uma "comissão da
verdade" para estabelecer responsabilidades pela violência em protestos
contra o governo.
Segundo o Parlamento, essa
comissão criada formalmente neste domingo é uma "grave violação dos
direitos humanos" por ser concebida pelos "protagonistas de atos de
repressão indiscriminada". Além disso, os deputados afirmam que a Constituinte
tem poderes coercitivos e atenta contra o "monopólio" do Judiciário
no país.
Imunidade parlamentar
O embaixador
do Brasil na Venezuela, Ruy Pereira, conversa
com Julio
Borges, presidente da Assembeia Nacional da
Venezuela, durante sessão na segunda-feira (7)
(Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
|
A Assembleia Nacional Constituinte
foi eleita sem a realização de um referendo prévio de aprovação por Maduro. O
objetivo, segundo o presidente, era fortalecer a chamada "revolução
bolivariana". Os 545 representantes do órgão foram escolhidos em um pleito
realizado no último dia 30 de junho, em meio a vários protestos.
A Constituinte foi instalada na
última sexta-feira no Palácio Federal Legislativo, onde o Parlamento operava
anteriormente.
Maduro e alguns dos representantes
da Constituinte anunciaram que o órgão trabalhará pela eliminação da imunidade
parlamentar de alguns deputados. E pode até dissolver o Parlamento.
O Parlamento reiterou que
"mantém e defenderá" o domínio jurídico sobre o Palácio Federal
Legislativo, sua sede natural, e voltou a afirmar que a Constituinte foi eleita
em um processo fraudulento, o que também foi denunciado pela empresa
responsável pela contagem dos votos das eleições de 30 de julho.
Por Agencia EFE
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!