© DIDA
SAMPAIO/ESTADAO O presidente da República,
Michel
Temer, com o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
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BRASÍLIA - A sintonia entre o
presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na
defesa da reforma da Previdência não se repetirá em outras medidas impopulares,
como ficou claro hoje, na repercussão negativa do pacote tributário em estudos
pelo governo - antecipado ontem pelo Estadão/Broadcast. Maia avisou que,
se depender da Casa, aumento da alíquota do Imposto de e Renda (IR) para quem
ganha acima de R$ 20 mil, como quer a equipe econômica, "não passa".
O discurso do presidente da Câmara
não é isolado. Quando indagados sobre o tema, líderes de diversos partidos da
base aliada, inclusive do PMDB de Temer, são diretos ao afirmar que não há
"a menor chance" de o Congresso Nacional aprovar qualquer aumento de
imposto neste momento. A pouco mais de um ano das eleições de outubro de 2018,
quando deputados terão de renovar mandatos ou tentar alçar voos maiores na
política, defender agenda impopular como essa é considerado
"suicídio" eleitoral.
Na tentativa de pavimentar seu
caminho para a corrida eleitoral, Maia procura se descolar do governo Temer,
que tem apenas 5% de aprovação, de acordo com a mais recente pesquisa
CNI/Ibope, apurada em julho. Ele trabalha para construir uma agenda própria, mais
"conectada" com a sociedade. A primeira pauta é segurança pública,
tema caro a seu Estado, o Rio de Janeiro, onde nunca escondeu a aliados o
desejo de disputar o governo, embora oficialmente diga que é candidato à
reeleição na Câmara.
O Palácio do Planalto acompanha
com atenção os movimentos de Maia. As declarações do presidente da Câmara
contra o aumento da alíquota do I.R. foram interpretadas pelo governo como mais
um sinal de que o deputado, por ser pré-candidato ao governo do Rio, em 2018,
tentará se afastar de agendas que, mesmo necessárias, tenham impacto negativo
na opinião pública. Auxiliares de Temer dizem não ter dúvidas de que o
presidente da Câmara faz um jogo de "morde-e-assopra" em relação ao
governo por um cálculo político.
Maia defende a reforma da
Previdência, que também é impopular. Mas, ao mesmo tempo, diz a Temer que não
dá para aprovar a idade mínima para a aposentadoria sem regras de transição
para quem entrou no serviço público antes de 2003. Após se encontrar com o
presidente, no domingo, o deputado também gravou um vídeo no Planalto,
divulgado nas redes sociais, sobre a segurança pública no Rio e as ações da
Forças Armadas para combate ao crime organizado. Era um assunto de interesse
dele, já que o Rio é seu reduto eleitoral.
No caso da proposta de aumento da
alíquota do I.R, no entanto, Maia se preservou, irritando a equipe econômica.
Temer, porém, tenta preservar o bom relacionamento com o presidente da Câmara,
uma peça importante para a sobrevivência de seu mandato.
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