Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal, decretou prisão de Heitor Lopes Junior e Luiz Carlos Velloso.
Organização era liderada por Cabral, diz magistrado.
As obras da Linha 4 do Metrô do
Rio custaram cerca de 1.100% a mais do que o previsto em 1998, quando foi
orçada pela primeira vez. A disparidade entre os números causou espanto no juiz
Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, autor da decretação da prisão de
Heitor Lopes de Sousa Junior, e o atual subsecretário de Turismo do estado e
ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso.
A dupla foi presa nesta
terça-feira (14). Os dois são acusados de lavagem de dinheiro e corrupção nas
obras de expansão do Metrô de Ipanema até a Barra. Na decisão judicial, em que
volta a apontar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral na liderança da
organização criminosa, Bretas afirma que a diferença entre o valor orçado e o
valor pago quase 10 anos depois pode dar conta dos recursos desviados.
"Chama a atenção o fato de o
custo da construção do Metrô ter sido originalmente orçado em R$ 880.079.295,18
em 1998 e ter sido reajustado para R$ 9.643.697.011,65, o que por si só dá
conta do enorme volume de dinheiro público que, em tese, teria sido desviado
pelos agentes públicos investigados a partir da referida obra", escreve o
magistrado.
O valor original, reajustado pelo
IPCA, seria de R$ 2.876.584.148. Ou seja, quase R$ 7 bilhões abaixo do valor
pago pelo poder público.
Bretas cita ainda a relação entre
empreiteiras e o poder público que, de acordo com denúncia apresentada pelo
MPF, teria evidenciado "a existência de esquema de cartelização de empreiteiras
com relação a importantes obras executadas pelo Governo do Estado do Rio de
Janeiro".
Desdobramento da Lava Jato no Rio,
a ação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) investiga
corrupção e pagamento de propina em contratos da Linha 4 do metrô. Lopes e
Velloso vão responder por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo o acordo de leniência de
executivos da Carioca Engenharia, o esquema de corrupção que existia na
Secretaria de Estado de Obras do RJ, com a cobrança de propina das empreiteiras
envolvidas em contratos bilionários de obras civis – revelado em operações
anteriores da Lava Jato –, também se repetia na Secretaria de Estado de
Transporte.
As obras da Linha 4 custaram cerca
de R$ 10 bilhões e a inauguração foi pouco antes da Olimpíada do Rio. O trajeto
liga Ipanema, na Zona Sul, à Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Além da Carioca
Engenharia, outras duas grandes contrutoras formavam o Consórcio Rio Barra,
responsável por parte da obra: a Odebrecht e a Queiroz Galvão.
G1 Rio
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