Estão em mais
de um pedido de inquérito na lista de
Rodrigo
Janot – há cinco ministros no total.
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Alguns dos integrantes do primeiro
escalão do governo Michel Temer estão em mais de um pedido de inquérito na
lista de Rodrigo Janot – há cinco ministros no total. O Ministério Público
Federal se fecha em copas diante da pergunta de um milhão de dólares: o próprio
presidente está no rol daqueles que terão alguma providência pedida a partir
das delações da Odebrecht? Resposta de todas as fontes: vamos aguardar o
ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, levantar o sigilo dos
documentos.
Tal situação equivale, na prática,
a fazer letra morta do critério anunciado pelo presidente para afastar ministros:
saem temporariamente os denunciados, e definitivamente os réus. Com parte
significativa da Esplanada atingida no peito por citações de envolvimento em
esquema de propina ou caixa 2, o governo poderá ficar temporariamente
paralisado.
De imediato, a inanição política e
administrativa do Executivo coincidiria com o dia de paralisação nacional
anunciado pela oposição. O risco é de que o Congresso, com a cúpula igualmente
alvejada, também não se ocupe mais de nenhuma pauta que não diga respeito à
própria sobrevivência. Reformas da Previdência e trabalhista devem entrar, num
primeiro momento, em compasso de espera, cujo ritmo será ditado pela Lava Jato.
Por fim, o Supremo ficará como uma
sucuri que engoliu um boi: terá de digerir o petardo de Janot por meses, mais
de ano, até. A Corte precisará mobilizar novos recursos para investigar os 83
fatos novos expostos pela Procuradoria. Isso além dos subsídios a investigações
já abertas que constam do pacote.
ÉRAMOS NOVE
Primeira equipe de
Temer tem mais 4 membros na lista
As demissões que teve de fazer
desde que assumiu livraram o presidente de ter ainda mais auxiliares diretos na
lista do Janot: além dos cinco “titulares” que tiveram pedidos de investigação
encaminhados ao Supremo, há quatro ex-ministros: José Serra, Romero Jucá,
Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves.
TUCANOS
Aécio tem mais de um
pedido; Janot envia Alckmin ao STJ
O presidente do PSDB, senador
Aécio Neves (MG), tem mais de um pedido de investigação formulado por Janot. E
o procurador-geral incluiu o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na lista
dos investigados no Superior Tribunal de Justiça. Os casos do STJ também são
tocados pelo PGR.
QUEM SERÁ?
Pedidos de arquivamento
têm um nome de primeira divisão
Entre aqueles que Janot pediu
sumariamente para terem as citações arquivadas por falta de elementos de prova
há apenas um nome do primeiro time da política.
BESSIAS, UM ANO
Lula e Dilma terão
casos analisados fora do STF
Os pedidos de Janot para investigar
os ex-presidentes Lula e Dilma serão enviados ao juiz Sérgio Moro. Janot não
manteve os petistas por conexão no STF, como defendiam alguns integrantes do
grupo de trabalho que analisou as 78 delações da Odebrecht.
SIGILO
Depoimentos só em vídeo impedem
sigilo de delatores
Um “detalhe” dificulta que o
relator Edson Fachin atenda a pedido da defesa dos delatores da Odebrecht para
manter sigilo dos vídeos de depoimentos: pelo volume, nesse caso não foram
feitas transcrições em papel. Portanto, se o sigilo for levantado, os vídeos
terão de ser tornados públicos. A não ser que Fachin determine a divulgação
apenas dos áudios.
SEGUNDO ESCALÃO
Baixo clero e fatos
menores integram o material
Nem só de manchete é feita a lista
do Janot: há dezenas de personagens menores e fatos irrelevantes, mas que estão
entre os 83 procedimentos pelo fato de os citados terem foro especial.
OS ODEBRECHT
Emílio é
contemporizador; Marcelo é uma “lança"
Procuradores que acompanharam as
delações da Odebrecht descrevem uma diferença nos depoimentos dos acionistas.
Os de Emílio Odebrecht foram mais incisivos que aquele dado ao juiz Sérgio Moro
nesta semana — “na colaboração ele chama as coisas pelos nomes que têm”, diz
uma testemunha —, mas têm um tom mais contemporizador. Os do herdeiro Marcelo,
por sua vez, são descritos como uma “lança”: certeiros e fulminantes nos alvos
que mirou.
EXPORTAÇÃO
Braço internacional
das investigações vai atrasar
Os pedidos de abertura de
investigação para apurar corrupção narrada pelos executivos e ex-funcionários
da Odebrecht em outros países devem permanecer em sigilo por tempo
indeterminado. Isso porque dependem de que sejam selados acordos entre as
Justiças do Brasil e de cada um dos países. Alguns deles não têm o instituto da
delação premiada, o que deve exigir mudanças de leis.
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