A chanceler
alemã, Angela Merkel e o presidente americano,
Donald Trump (Sean Gallup e Drew Angerer/Getty
Images)
|
A chanceler alemã, Angela Merkel,
declarou que o valor do euro é responsabilidade exclusiva do Banco Central
Europeu (BCE), que tem autonomia
O governo Donald Trump abriu uma
nova frente de batalha, nesta terça-feira, ao acusar a Alemanha, da chanceler
Angela Merkel, de aproveitar a depreciação do euro para ter vantagens
comerciais. O presidente do novo Conselho Nacional de Comércio da Casa Branca,
Peter Navarro, disse ao jornal Financial Times (FT) que a Alemanha “continua
explorando outros países da UE e dos Estados Unidos com um ‘implícito marco
alemão’ (a antiga moeda alemã) que está muito subvalorizado”.
Pouco depois, o próprio Trump
afirmou que os Estados Unidos deveriam usar a desvalorização da moeda como
ferramenta comercial. “Nosso país maneja tão mal que não sabemos nada sobre
desvalorização”, disse o mandatário a executivos do setor farmacêutico
recebidos na Casa Branca. “Vejam o que a China faz e o que o Japão vem fazendo
há anos e advertem que jogam moeda no mercado e a desvalorização, enquanto nós
estamos sentados como bobos”, acrescentou.
Em sua campanha eleitoral, Trump
ameaçou várias vezes tomar medidas contra a China, acusada de manipular sua
moeda para poder produzir e exportar mais do que seus competidores. Durante
anos, a China foi acusada de intervir nos mercados cambiais e comprar bilhões
de dólares em títulos do Tesouro dos Estados Unidos para, assim, desvalorizar
sua moeda. Segundo os economistas, isso mudou nos últimos anos, porém, porque
as condições econômicas desvalorizaram o iuane, e o Banco Central da China
precisou intervir várias vezes para evitar que a moeda se desvalorize ainda
mais.
‘Sérios riscos’ ao comércio — As
críticas à Alemanha não são novas. O país tem grandes superávits comerciais e
de conta corrente e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu a Berlim
que gaste mais para estimular o fraco consumo e o crescimento da União
Europeia.
A Alemanha é uma potência
exportadora e tem vantagens por integrar a zona do euro, onde o valor da moeda
única é mantido muito baixo, devido às dificuldades de vários de seus
países-membros, como Grécia e Itália. Se a Alemanha estivesse fora da união
monetária, o valor de sua moeda nacional (o marco alemão) seria mais alto e, em
consequência, seria menos competitiva no comércio mundial.
No entanto, é raro que essas
divergências apareçam nos jornais, ficando restritas aos encontros a portas
fechadas. Em Estocolmo, a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que o valor
do euro é responsabilidade exclusiva do Banco Central Europeu (BCE), que tem
autonomia. “Não temos influência nas decisões do BCE. De modo que eu não posso,
nem quero mudar nada”, completou Merkel.
(Com agência France-Presse)
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!