Reunião de
senadores na liderança do PSDB
(Lula Marques/Folha Imagem/VEJA)
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Senado cassou ontem o mandato de Dilma Rousseff, mas manteve os seus
direitos políticos
O PSDB voltou atrás e
vai entrar nesta sexta-feira com um mandado de segurança no Supremo
Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do Senado de permitir que a
ex-presidente Dilma Rousseff exerça funções públicas. O recurso será assinado
também pelo DEM e PPS. O anúncio foi feito pelo líder do PSDB no Senado,
Cássio Cunha Lima (PB), na tarde desta quinta-feira.
O PSDB já havia cogitado ontem
acionar o Supremo, mas os advogados da sigla temiam que isso
pudesse prejudicar a votação principal. Como Dilma entrou com uma ação questionando a votação inteira, os
tucanos avaliaram que o assunto já entraria de qualquer jeito na pauta.
“Ontem, no calor, na emoção,
a sensação primeira foi de termos uma postura de serenidade, não
transformar uma vitória em uma derrota e dar uma contribuição para uma
estabilidade maior no país. Mas, diante dessa ação do PT, acreditamos que seja
o caminho correto entrar com a ação para que essa parte da decisão, que está
equivocada, possa ser revista”, explicou Cunha Lima.
Após a votação que cassou o
mandato da petista, dezesseis dos 61 senadores que defenderam o afastamento
definitivo optaram por manter os direitos políticos de Dilma. Os tucanos
querem impedir a divisão da votação da pena em duas partes. Na primeira, cassou-se
o mandato, mas a segunda garantiu o direito da petista de exercer funções
públicas.
O senador Álvaro Dias (PV-PR) já
entrou nesta quinta-feira com um mandado no STF. “Abriu-se um precedente
perigoso ao se impor a segunda votação. A Constituição não dá base a
interpretações. Ela diz: cassação com suspensão dos direitos políticos por oito
anos. Não precisa ser jurista, basta saber ler”, disse o senador.
A decisão do Senado de permitir
que a ex-presidente Dilma Rousseff assuma cargo público mesmo após cassada
causou abalos na base aliada de Michel Temer. Parlamentares do PSDB e do DEM
acusaram o PMDB de ter feito um acordo para “livrar” Dilma e amenizar sua pena
por crime de responsabilidade.
(Com Estadão Conteúdo e Agência
Brasil)
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