Tommie Smith
(esq) e John Carlos, em foto de 2008. Tommie Smith e John Carlos
ergueram o punho no pódio olímpico. (Fotos:
Kevork Djansezian/AP)
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Tommie Smith e John Carlos
ergueram o punho no pódio olímpico. Imagem se tornou um símbolo duradouro da luta pela igualdade racial.
Tommie Smith e John Carlos, os
dois afro-americanos mandados de volta para casa durante a Olimpíada de 1968,
na Cidade do México, por terem protestado no pódio erguendo o punho, terão
nesta semana um momento de redenção longamente aguardado em um evento da
delegação olímpica dos Estados Unidos na
Casa Branca.
Os dois foram convidados pelo
Comitê Olímpico dos EUA para comparecerem a um jantar de gala na quarta-feira
em Washington em homenagem à delegação olímpica de 2016, e a acompanharem a
equipe quando esta se encontrar com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa
Branca, no dia seguinte, disse Carlos à Reuters no domingo (25).
A imagem de Smith e Carlos,
medalhistas de ouro e bronze na prova dos 200 metros na Cidade do México,
erguendo os punhos enluvados se tornou um símbolo duradouro da luta pela
igualdade racial.
Seu exemplo veio à tona diversas
vezes nas últimas semanas como inspiração para jogadores afro-americanos da
Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) e jogadores universitários que vêm
protestando contra a injustiça racial após mortes a tiros de vários negros
causadas por policiais.
Smith e Carlos pagaram um preço
alto por seu protesto, não somente com o Comitê Olímpico, mas também no tribunal
da opinião pública.
"Era contra a carta do Comitê
Olímpico fazer um pronunciamento político no pódio da vitória", disse
Carlos em uma entrevista por telefone. "Mas sentimos que era o único lugar
no qual podíamos fazer o pronunciamento na época".
Usando meias pretas, os dois
atletas abaixaram a cabeça e ergueram os pulsos no ar durante a execução do
hino dos EUA, chocando o mundo e muitos norte-americanos que ainda se
recuperavam de um ano turbulento para a luta por direitos civis. Eles foram
suspensos da delegação olímpica dos EUA e enviados de volta ao seu país.
O gesto foi interpretado
amplamente como uma saudação 'black power', mas os esportistas mais tarde o
descreveram como "uma saudação aos direitos humanos".
Carlos disse que não quer, e nem
espera, uma desculpa explícita do Comitê Olímpico por mandá-lo, e ao colega
Smith, de volta para casa, porque suas ações foram uma violação clara de uma
regra.
Ele disse, porém, que, ao longo do
tempo, e pelo fato de sua saudação de punhos erguidos ter se tornado uma
espécie de precedente, as autoridades olímpicas dos EUA passaram a ter uma
compreensão melhor das razões por trás do protesto.
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