Sol se põe
atrás de casas destruídas por terremoto em
Santi
Lorenzo e Flaviano, no Centro da Itália, no sábado (27)
(Foto:
Andrew Medichini/AP)
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Medida é estratégia para manter a
população na região. Cerca de 2,5 mil ficaram desabrigados após tremor.
Os especialistas começarão nesta
segunda-feira (29) a avaliar a viabilidade das escolas na região atingida pelo
terremoto que deixou quase 300 mortos no centro da Itália, enquanto o governo busca soluções para realojar
rapidamente os desabrigados.
"Devemos dar imediatamente
àqueles que sobreviveram a esta tragédia um sinal de esperança e de retorno à
normalidade" e a volta à escola, em meados de setembro na Itália, deve ser
"o primeiro sinal", declarou a ministra da Educação, Stefania
Giannini.
As autoridades italianas
consideram que um dos meios de motivar as populações locais a ficar nas zonas
atingidas é, justamente, que seus filhos possam continuar indo ao colégio
normalmente na região.
Detectar rapidamente as escolas
que precisam ser restauradas, transferir os alunos dos centros destruídos ou
perigosos a outros que ficaram intactos ou construir salas de aula
pré-fabricadas são algumas das opções que o governo analisa.
Na quarta-feira será realizada uma
reunião na presença da ministra em Amatrice, a localidade mais atingida, com
mais de 230 mortos, para coordenar um retorno às aulas o mais normal possível.
À margem de um funeral solene
celebrado no sábado em Ascoli Piceno (centro), o prefeito da cidade, Guido
Castelli, reiterou o compromisso do chefe de governo, Matteo Renzi, de dar
respostas concretas aos atingidos reconstruindo o mais rápido possível as
escolas, as prefeituras e as igrejas.
Mas, para que as crianças possam
ir à escola, é preciso que suas famílias consigam continuar vivendo perto
durante os trabalhos de reconstrução.
As grandes tendas azuis que
abrigam atualmente 2.500 atingidos representam uma solução provisória, mas não
poderão ser usadas por muito tempo, já que o frio chega rapidamente nesta
região montanhosa.
Arquiteto Renzo Piano
No domingo, Renzi se reuniu durante quatro horas com o famoso arquiteto italiano Renzo Piano, de 78 anos, prêmio Pritzker de arquitetura em 1998 e autor, junto com sua equipe, de mais de 120 projetos em vários continentes.
No domingo, Renzi se reuniu durante quatro horas com o famoso arquiteto italiano Renzo Piano, de 78 anos, prêmio Pritzker de arquitetura em 1998 e autor, junto com sua equipe, de mais de 120 projetos em vários continentes.
"Renzi queria meus conselhos,
uma visão, uma ajuda para um grande projeto" de reconstrução e de
prevenção, declarou Piano ao jornal La Repubblica.
O arquiteto articula sua visão em
duas etapas: em primeiro lugar, pequenas casas de madeira, "construções
leves que poderiam ser desmontadas e recicladas posteriormente" e um
retorno progressivo a casas mais sólidas a medida que os trabalhos avancem.
Em uma segunda etapa, "um
projeto no longo prazo (...), uma intervenção de cinquenta anos" para
assegurar, respeitando a natureza e o patrimônio dos Apeninos, a cadeia
montanhosa que atravessa a península italiana e que tem fortes riscos sísmicos.
Segundo a imprensa local, o
governo pretende que todos os afetados tenham abandonado as barracas em um mês
e que todos contem com um alojamento estável um prazo de cinco meses, antes do
início, na primavera, dos trabalhos para reconstruir as casas em sua
localização original.
Após o terremoto de L'Alquila, que
deixou mais de 300 mortos em 2009, a 50 km de Amatrice, os acampamentos
permaneceram de pé durante meses.
No entanto, aquele terremoto
ocorreu em abril e a Defesa Civil precisou lidar com 65.000 atingidos, muitos
dos quais foram realocados em novos bairros na periferia de L'Alquila.
Nesta zona rural, onde muitas
famílias viviam do gado e da venda de leite, 2.800 cordeiros e 3.000 vacas
também precisaram ser atendidos.
"Em Amatrice, 90% dos
estábulos ficaram danificados com desabamentos", nos quais muitos animais
morreram, lamentou Coldiretti, um dos principais sindicatos de agricultores da
Itália.
Além da ajuda para acondicionar e
reconstruir os edifícios destruídos, o sindicato pede alimentos para o gado,
água, geradores de eletricidade, aparelhos para a ordenha e cabos eletrificados
para os currais.
Da France Presse
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