Muçulmanos
americanos criticam a Arábia Saudita
pela
execução do clérigo Nimr al-Nimr
(Rebecca
Cook/Reuters)
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A China declarou estar 'bastante
preocupada', em uma rara intervenção na diplomacia do Oriente Médio. Os Estados
Unidos, a França e a Alemanha pediram calma
O Irã acusou a Arábia Saudita
nesta segunda-feira de usar um ataque à embaixada saudita em Teerã como
pretexto para cortar as relações com o país, em uma crise diplomática que
aprofunda a disputa, às vezes violenta, entre os dois países por maior
influência no Oriente Médio. O governo saudita cortou as relações com o Irã no
domingo, e o também sunita Barein adotou a mesma medida nesta segunda, dois
dias após manifestantes iranianos invadirem a embaixada da Arábia Saudita na
capital iraniana em protesto contra a execução por Riad de um proeminente
clérigo muçulmano xiita.
Os Emirados Árabes Unidos
anunciaram uma redução nos laços com o Irã, à medida que a disputa entre as
duas principais potências sunita e xiita se espalhou pela região, provocando
uma alta no preço do petróleo e ameaçando aumentar as disputas sectárias no
Oriente Médio. Um homem foi morto a tiros no leste da Arábia Saudita no domingo
à noite quando as forças de segurança foram alvo de disparos, e duas mesquitas
sunitas na província iraquiana de Hilla, de maioria xiita, foram alvo de
bombas. O Sudão também anunciou o rompimento das relações com o Irã. Após uma
resposta furiosa de comunidades xiitas espalhadas pelo mundo à execução pelo
reino sunita do clérigo xiita Nimr al-Nimr, o chanceler saudita, Adel
al-Jubeir, acusou o Irã de criar "células terroristas" entre as
minorias xiitas na Arábia Saudita.
Reflexos - O preço do
petróleo chegou a subir quase 2% nesta segunda-feira, ignorando dados
econômicos fracos na Ásia, à medida que as duas potências exportadoras de
petróleo trocaram insultos e as tensões chegaram a outros produtores da
commodity, como o Iraque. Os mercados acionários da região do Golfo Pérsico
caíram fortemente, liderados pelo Catar, com queda de mais de 2,5%, uma vez que
as preocupações geopolíticas ofuscaram qualquer benefício do petróleo mais
forte. A China, grande importadora de petróleo, declarou estar "bastante
preocupada" com os acontecimentos, em uma rara intervenção na diplomacia
do Oriente Médio. Os Estados Unidos, a França e a Alemanha pediram por calma,
enquanto a Rússia se ofereceu para mediar a disputa.
A Arábia Saudita executou Nimr e
outros três xiitas acusados de terrorismo no sábado, ao lado de dezenas de
jihadistas sunitas. O xiita Irã exaltou o clérigo como um "mártir" e
advertiu a família Al Saud, que governa a Arábia Saudita, sobre uma
"vingança divina". Grupos xiitas se uniram na condenação à Arábia
Saudita, enquanto potências sunitas apoiaram o reino, ampliando uma divisão
sectária que tem destruído comunidades em todo o Oriente Médio e alimentado a
ideologia jihadista do Estado Islâmico.
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