quarta-feira, janeiro 06, 2016

Prefeitura do Rio assumirá 2 hospitais estaduais da Zona Oeste

Anúncio foi feito em coletiva com Paes e Pezão
 (Foto: Nicolás Satriano/G1)
Albert Schweitzer e Rocha Faria passarão a ser geridos pelo município.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, anunciou nesta terça-feira (5) que o município vai assumir a gestão dos hospitais estaduais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo Grande, ambos na Zona Oeste da cidade. O anúncio foi feito na sede do governo estadual, no Palácio Guanabara, ao lado do governador Luiz Fernando Pezão.
O Albert Schweitzer terá as chaves entregues para a gestão do município já na quinta-feira (7). Quatro dias depois, na segunda-feira (11), será a vez do Rocha Faria.
Segundo Paes, a transferência dos hospitais é "fundamental" e possibilita ampliar a rede de atenção básica à saúde na região, umas das mais carentes do Rio.
De acordo com o prefeito, o secretário executivo de Coordenação de Governo da Prefeitura, Pedro Paulo Carvalho, será o responsável pela coordenação dos repasses para a rede hospitalar municipal nos próximos meses, comandada pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz.
Por ano, as duas unidades custam aos cofres públicos R$ 500 milhões. Sem dar muitos detalhes de como o município pretende pagar, Pedro Paulo disse que "serão recursos da prefeitura", de "superávits" e de economia feita pela gestão municipal. O secretário disse que não será usada a verba que já é destinada à saúde do município.
UPAs ficam com estado
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) permanecerão sob responsabilidade do estado, assim como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ao assumir, na segunda-feira (3), o novo secretário de Saúde do estado, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, se posicionou contra a municipalização do Rocha Faria e do Albert Schweitzer, caso as UPAs seguissem estaduais. Segundo ele, as transferências entre as unidades seriam prejudicadas devido a questões burocráticas. Ao ser questionado, nesta terça, ele evitou polêmica.
"Nós temos que ter certeza que há um trabalho diário, e eu vou construir tijolo por tijolo. E a população pode ter certeza que está nas mãos de pessoas responsáveis e que o nosso compromisso é manter nossas emergências funcionando."
18,3 mil atendimentos em 2015
Segundo a Secretaria de Governo, o Hospital Albert Schweitzer disponibiliza 484 leitos e realiza cerca de 10,5 mil atendimentos por mês de urgência e emergência em clínica médica, cirurgia geral, ortopedia, pediatria e maternidade (UTI adulto / pediátrico / neonatal). Em 2015, foi responsável por 16 mil internações.
O Rocha Faria conta com 300 leitos e faz cerca de 10 mil atendimentos por mês de urgência eemergência em cirurgia geral, clínica médica, ortopedia, pediatria e maternidade (UTI adulto / neonatal). No ano passado, realizou 7,8 mil internações.
Com a municipalização dos dois hospitais estaduais, a Secretaria Municipal de Saúde diz que terá o maior número de leitos hospitalares do país e será responsável por mais de 50 mil partos na cidade. Atualmente com 3.441 leitos, a rede passará a ter 4.173.
Servidores
O governador Luiz Fernando Pezão esclareceu que os servidores estaduais continuarão sob a gestão do estado, assim como as UPAs estaduais localizadas no município do Rio e o Samu. Os funcionários serão realocados, mas não foi detalhada como será feita essa operação.
Ideia antiga
A decisão ocorre em meio à crise da saúde pública no estado, que teve seu auge no fim do ano, com emergências fechadas por falta de verba para pagar funcionários e comprar insumos. Mas a vontade de Paes de municipalizar a gestão das duas unidades é antiga. Em 2012, ele já havia dito que queria assumir os hospitais. Esse processo já havia acontecido com o Hospital Pedro II, em Santa Cruz.
Homem com barriga extremamente dilatada foi liberado do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande (Foto: Reprodução/ TV Globo)
No fim de dezembro, diretores do Albert Schweitzer foram à delegacia para registrar que não tinham condições de manter o hospital funcionando. Faltavam materiais fundamentais para o atendimento aos pacientes e médicos e enfermeiros tinham salários atrasados. Eles afirmam que procuraram a Polícia Civil como uma medida preventiva para não serem responsabilizados, no futuro, por omissão de socorro causada pela falta de condições da unidade de saúde.

A situação também é crítica no Rocha Faria. Mesmo após repasses emergenciais, com apoio dos governos federais e municipais, pacientes seguem reclamando do atendimento.

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