Anúncio foi
feito em coletiva com Paes e Pezão
(Foto: Nicolás Satriano/G1)
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Albert Schweitzer e Rocha Faria
passarão a ser geridos pelo município.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes,
anunciou nesta terça-feira (5) que o município vai assumir a gestão dos
hospitais estaduais Albert Schweitzer, em Realengo, e Rocha Faria, em Campo
Grande, ambos na Zona Oeste da cidade. O anúncio foi feito na sede do governo
estadual, no Palácio Guanabara, ao lado do governador Luiz Fernando Pezão.
O Albert Schweitzer terá as chaves
entregues para a gestão do município já na quinta-feira (7). Quatro dias
depois, na segunda-feira (11), será a vez do Rocha Faria.
Segundo Paes, a transferência dos
hospitais é "fundamental" e possibilita ampliar a rede de atenção
básica à saúde na região, umas das mais carentes do Rio.
De acordo com o prefeito, o
secretário executivo de Coordenação de Governo da Prefeitura, Pedro Paulo
Carvalho, será o responsável pela coordenação dos repasses para a rede
hospitalar municipal nos próximos meses, comandada pelo secretário de Saúde,
Daniel Soranz.
Por ano, as duas unidades custam
aos cofres públicos R$ 500 milhões. Sem dar muitos detalhes de como o município
pretende pagar, Pedro Paulo disse que "serão recursos da prefeitura",
de "superávits" e de economia feita pela gestão municipal. O
secretário disse que não será usada a verba que já é destinada à saúde do
município.
UPAs ficam com estado
As Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs) permanecerão sob responsabilidade do estado, assim como o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ao assumir, na segunda-feira (3),
o novo secretário de Saúde do estado, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, se
posicionou contra a municipalização do Rocha Faria e do Albert Schweitzer, caso
as UPAs seguissem estaduais. Segundo ele, as transferências entre as unidades
seriam prejudicadas devido a questões burocráticas. Ao ser questionado, nesta
terça, ele evitou polêmica.
"Nós temos que ter certeza
que há um trabalho diário, e eu vou construir tijolo por tijolo. E a população
pode ter certeza que está nas mãos de pessoas responsáveis e que o nosso
compromisso é manter nossas emergências funcionando."
18,3 mil atendimentos em 2015
Segundo a Secretaria de Governo, o
Hospital Albert Schweitzer disponibiliza 484 leitos e realiza cerca de 10,5 mil
atendimentos por mês de urgência e emergência em clínica médica, cirurgia
geral, ortopedia, pediatria e maternidade (UTI adulto / pediátrico / neonatal).
Em 2015, foi responsável por 16 mil internações.
O Rocha Faria conta com 300 leitos
e faz cerca de 10 mil atendimentos por mês de urgência eemergência em cirurgia
geral, clínica médica, ortopedia, pediatria e maternidade (UTI adulto /
neonatal). No ano passado, realizou 7,8 mil internações.
Com a municipalização dos dois
hospitais estaduais, a Secretaria Municipal de Saúde diz que terá o maior
número de leitos hospitalares do país e será responsável por mais de 50 mil
partos na cidade. Atualmente com 3.441 leitos, a rede passará a ter 4.173.
Servidores
O governador Luiz Fernando Pezão
esclareceu que os servidores estaduais continuarão sob a gestão do estado,
assim como as UPAs estaduais localizadas no município do Rio e o Samu. Os
funcionários serão realocados, mas não foi detalhada como será feita essa
operação.
Ideia antiga
A decisão ocorre em meio à crise
da saúde pública no estado, que teve seu auge no fim do ano, com emergências
fechadas por falta de verba para pagar funcionários e comprar insumos. Mas a
vontade de Paes de municipalizar a gestão das duas unidades é antiga. Em 2012,
ele já havia dito que queria assumir os hospitais. Esse processo já havia
acontecido com o Hospital Pedro II, em Santa Cruz.
Homem com barriga extremamente
dilatada foi liberado do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande (Foto:
Reprodução/ TV Globo)
No fim de dezembro, diretores do
Albert Schweitzer foram à delegacia para registrar que não tinham condições de
manter o hospital funcionando. Faltavam materiais fundamentais para o
atendimento aos pacientes e médicos e enfermeiros tinham salários atrasados.
Eles afirmam que procuraram a Polícia Civil como uma medida preventiva para não
serem responsabilizados, no futuro, por omissão de socorro causada pela falta
de condições da unidade de saúde.
A situação também é crítica no
Rocha Faria. Mesmo após repasses emergenciais, com apoio dos governos federais
e municipais, pacientes seguem reclamando do atendimento.
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