Família do DF
morreu em acidente na BR-070, em Cocalzinho de Goiás.
Homem deixou
carta para ex dizendo que ela nunca mais veria as crianças.
O motorista do
caminhão que se envolveu no acidente que deixou um pai e quatro filhos mortos
afirmou em depoimento informal à Polícia Civil que o condutor do carro
“arremessou” o automóvel contra o veículo de carga. “O caminhoneiro disse que
em momento algum ele [pai] esboçou reação de tirar o pé, de frear. Ele fez foi
acelerar o veículo”, conta ao G1 o atual delegado responsável pela
investigação, Adriano Pereira Melo.
O acidente
ocorreu no sábado (24), na BR-070, em Cocalzinho de Goiás, no Entorno do Distrito
Federal. Marcos Aurélio Almeida Santos, de 42 anos, e os quatro filhos, sendo
três meninos e uma menina, com idades entre 2 e 5 anos, estavam no Renault Clio
que colidiu frontalmente contra o caminhão.
A Polícia Civil
acredita que o pai provocou a colisão. Um dos indícios que levam a esta linha
de investigação é uma carta deixada pelo pai para a mãe dos filhos, Samara
Alves da Silva, que mora em Brazlândia (DF). No texto, Marcos diz que ela nunca
mais verá as crianças.
Investigação
Para o
delegado, o relato do caminhoneiro reforça que a colisão foi planejada. De
acordo com o motorista, que saiu ileso e teve a identidade preservada, ele
tentou evitar a colisão e alertar o motorista do automóvel, mas foi em vão. “Ele
afirmou que tentou frear e buzinou. Como a via é de mão simples, ele tentou
jogar o veiculo no acostamento e, segundo ele, o motorista seguiu a direção do
caminhão, tanto que a colisão ocorreu próximo ao acostamento”, disse o
delegado.
Outro indício
que confirma a hipótese da polícia é em relação à ultrapassagem. Além de no
local ser permitido fazer a manobra, o pai já tinha ultrapassado o carro que
seguia na mesma pista quando houve o choque. “Ele já tinha acabado a manobra de
ultrapassagem, já podia ter voltado para a pista dele, mas não voltou. Ele quis
conduzir no sentido contrário, a intenção era colidir com o caminhão”, acredita
Melo.
A investigação
foi iniciada no 1º Distrito Policial de Águas Lindas de Goiás, já que no
município em que o acidente ocorreu, Cocalzinho de Goiás, não havia delegado
plantonista. Assim, o caso transferido na segunda-feira (26) para a delegacia
da cidade vizinha, que tem como titular Adriano Pereira Melo.
Segundo o
delegado, as circunstâncias do acidente serão esclarecidas com o laudo
pericial, que só deve ser finalizado em um prazo de 30 dias. Para esta semana
estão previstos os depoimentos de testemunhas
e familiares das vítimas. “Espero concluir as oitivas nesta semana para eu
entender o histórico de convivência da família. Vamos buscar todas as
ocorrências envolvendo Marcos e Samara”, disse.
Ameaças
Pelo que foi
apurado até o momento pela polícia, o motorista do automóvel se separou há
pouco tempo da mãe das crianças. Samara abriu dois processos contra o ex-marido
no ano passado por violência doméstica. Segundo o Tribunal de Justiça do DF, em
setembro e em dezembro do ano passado, ela pediu à Justiça medida protetiva de
urgência pela Lei Maria da Penha contra Santos.
Em dezembro,
também foi aberto inquérito policial por injúria, tendo Samara como ofendida e
Santos como agressor. O inquérito foi juntado à ação que já tinha sido aberta
em setembro. Os processos não chegaram a ser julgados.
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