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Deputado Marcelo Freixo presidiu a CPI
das Milícias na Alerj em 2008
(Foto: Janaína Carvalho / G1)
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Deputado diz que não possui
qualquer relação com manifestantes.
O juiz Flávio Itabaiana, da 27ª
Vara Criminal, convocou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) para depor no
julgamento dos 23 ativistas acusados de atos violentos em manifestações no Rio
de Janeiro. A presença do deputado, feita a pedido da defesa dos réus, seria
para esclarecer a suposta ligação do deputado com atos violentos em protestos
entre junho de 2013 e julho de 2014.
O deputado é citado em depoimentos
de policiais no inquérito da Polícia Civil sobre o caso e em conversas de
ativistas interceptadas no mesmo documento. Entretanto, Freixo não foi ouvido
no inquérito e nem denunciado.
O depoimento do parlamentar está
marcado para esta quarta-feira (28), às 13h, no Fórum do Tribunal de Justiça do
Rio, no Centro. O pedido para o depoimento foi feito por Marino D'Icarahy,
advogado de Elisa Quadros ,conhecida como Sininho, além de outros seis
manifestantes. Freixo será o único ouvido nesta quarta.
Em entrevista ao G1, Freixo se
disse surpreso pelo fato de ter sido chamado para depor: "Tudo que eu
poderia esclarecer sobre os encontros que tive com esses manifestantes já foi
dito na época da morte do [cinegrafista da Bandeirantes] Santiago [Andrade].
Vou estar presente na audiência, mas não tenho relação direta com nenhum
manifestante", garante Freixo.
Segundo ele, foram apenas dois
encontros com Sininho, atualmente foragida após ter tido um novo pedido de
prisão decretado em novembro de 2014. "A primeira vez foi na época do
Ocupa Câmara, quando ela veio até o meu gabinete e disse que foi ameaçada por
milicianos. Eu e meu pessoal a tranquilizamos, dissemos que aquilo não fazia
sentido. A outra foi por acaso, durante um protesto de greve de fome de um
manifestante na Cinelândia. Só. Gostaria que me provassem as vezes em que me
reuni com esses manifestantes", diz o deputado.
No inquérito policial que foi base
para a denúncia que levou a prisão dos 23 ativistas, Freixo é citado com
frequência pela polícia como tendo ligações com atos violentos em
manifestações. O deputado, no entanto, rebate as acusações e diz que não há
qualquer indício contra ele e seu partido. " Me incomodou e incomoda ser
ligado a algo com que você não tem qualquer relação. Nunca defendi qualquer ato
violento em manifestações, fosse da polícia ou de manifestantes. E vários
desses manifestantes são anarquistas, não possuem qualquer afinidade ideológica
comigo. Qual seria o sentido?", questiona.
O advogado Marino D'Icarahy
explicou ao G1 o motivo de ter pedido o depoimento de Freixo ao juiz Flávio
Itabaiana: "Queremos esclarecer algumas coisas sobre a figura do Freixo
que estão no processo: as menções no inquérito, essa história de financiamento de atos violentos e de ajuda
jurídica a manifestantes, além dessas denúncias sobre ameaças de milicianos
trazidas por quem estava no Ocupa Câmara. É muito importante que tudo isso seja
mostrado de uma vez por todas".
Ativistas
Duas rés, Elisa Quadros Pinto
Sanzi, a Sininho, e Karlayne Pinheiro, a Moa, seguem foragidas desde dezembro
de 2014. Igor Mendes, Caio Souza e Fábio Raposo já se encontram presos. Igor
foi preso após desrespeitar uma ordem de não participar de protestos ou de atos
públicos durante o julgamento, e Caio e Fábio foram presos acusados de matar o
cinegrafista Santiago Andrade com um rojão durante um protesto em fevereiro de
2014. Os 23 réus são acusados de formação de quadrilha.
Além de Elisa, Karlayne, Igor, Caio e Fábio, também são réus Filipe Proença, Igor Pereira D'Icarahy, Felipe Frieb de Carvalho, Pedro Guilherme Mascarenhas, Bruno de Sousa Vieira Machado, Joseane Maria Araújo de Freitas, Shirlene Feitoza da Fonseca, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Rafael Rego Barros Caruso, Gabriel da Silva Marinho, Eloisa Samy Santiago, Luis Carlos Rendeiro Junior, o "Game Over", Pedro Brandão Maia, André Basserez, Drean Moraes e Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, Rebeca Martins e Leonardo Fortini.
Fonte: G1
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