Participantes
de projetos municipais socioeducativos e pré-profissionalizantes são preparados
para ingresso no mercado de trabalho.
Preparar
estudantes do Ensino Fundamental, Médio, Técnico e Superior para o mercado de
trabalho e transferir uma quantia em dinheiro como forma de incentivo e
qualificação durante a permanência em um dos projetos oferecidos pela
Prefeitura. Este é o principal objetivo dos programas socioeducativos e
pré-profissionalizantes mantidos pela Administração Municipal de Casimiro de Abreu.
Quase R$2,5 milhões por ano são destinados à qualificação de cerca de 500
moradores do município.
Jovem
Agricultor Orgânico, Bolsa-auxílio, Bolsa-estágio e Construir. Esses são os
programas ligados à Fundação Municipal Casimiro de Abreu, Secretaria de Trabalho
e Renda e Secretaria de Assistência Social, respectivamente, que viabilizam aos
estudantes conhecimentos teóricos e práticos que, além de geração de renda,
possibilitam a formação mais adequada para o ingresso no mercado.
O
prefeito Antônio Marcos explica que uma das principais prioridades de sua
gestão é a qualificação profissional dos moradores. Por isso, faz questão de
sempre fortalecer os projetos, seja aprimorando as técnicas aplicadas durante o
dia a dia, oferecendo capacitações contínuas, seja proporcionando melhorias
para o incentivo à permanência dos estudantes, tal como o reajuste da bolsa
repassada mensalmente.
“É
meta de nossa gestão promover a qualificação para ampliar as chances de
promoção do trabalho e renda para a população de Casimiro de Abreu. Já
começamos a enxergar os resultados de todos os investimentos que temos feito,
mas o que é mais gratificante é perceber que, por meio da transferência de
renda para os estudantes, conseguimos contribuir para muitos concluírem os
estudos e também para oferecer ainda mais dignidade às suas famílias”, declarou
o prefeito de Casimiro de Abreu.
BOLSA-ESTÁGIO - Filha de empregada doméstica, Patrícia Cordeiro, de 18
anos, está no segundo período da faculdade de Enfermagem. Há oito meses
participa do projeto Bolsa-estágio, mas antes, durante três anos, foi
integrante do Bolsa-auxílio, destinado a estudantes do Ensino Médio.
A
universitária conta que com a bolsa de um salário-mínimo que recebe por
intermédio do projeto ligado a Secretaria de Trabalho e Renda, paga a faculdade
e o restante repassa para a mãe para ajudar nas despesas de casa. “O projeto me
ajuda bastante, pois também possibilita dividir o tempo entre estágio e estudo.
Se não fosse essa oportunidade, eu teria que trabalhar em período integral para
receber um salário e só teria chances de estudar a noite, o que seria muito
cansativo e interferiria na minha produtividade na faculdade”, declara a
bolsista, complementando que se sente realizada por poder estagiar, ainda no
início da graduação, na área que escolheu para se graduar.
Sob
supervisão técnica, Patrícia já auxilia a realização de curativos, aplica
vacina e afere a pressão arterial dos pacientes da unidade Estratégia Saúde da
Família do bairro Mataruna, onde estagia diariamente.
Os projetos Bolsa-auxílio e Bolsa-estágio
beneficiam, atualmente, 207 estudantes do Ensino Médio, Técnico e Superior.
A bolsa de meio salário-mínimo é destinada a menores de 18 anos e 60 por
cento do salário para maiores de idade que frequentam o Ensino Médio ou
Técnico. Já para os estudantes do nível de graduação, a bolsa oferecida é de um
salário.
CONSTRUIR – A transferência de R$230, reajustada em R$ 60 do ano passado para este
ano, também faz a diferença na renda familiar do estudante do Ensino Médio,
Gabriel Castro.
Filho
mais velho de três irmãos, cujos pais são caseiro e dona de casa, o jovem de 17
anos participa há três anos do Construir, da Secretaria de Assistência Social.
Desde que passou a integrar o projeto, suas atividades no contraturno escolar
são desenvolvidas no Espaço Arte Natural, onde aprendeu várias técnicas que,
atualmente, possibilitam a ele ter uma renda extra, além da bolsa que recebe
mensalmente e que destina ao pagamento das contas de água e luz de sua casa.
Para
Gabriel, além de somar à renda familiar, os R$ 230 mensais mais a renda extra
que adquire com a produção própria de seus artesanatos, fazem a diferença para
a sua qualificação. Ele lembra que com a bolsa-auxílio oferecida por intermédio
do projeto Construir, já conseguiu fazer o tão sonhado curso de informática.
Sobre o
aprendizado ao longo do tempo em que participa do projeto, o estudante conta
que o
Espaço Arte Natural é
um local que se identificou bastante. Embora apreciasse artesanatos, até então
nunca tinha se arriscado a fazer. Ao criar o primeiro, se entusiasmou e não
parou mais. “Aprendi primeiro a fazer cachecol, junto com os integrantes da
terceira idade, participantes do grupo Renovar. Depois comecei a fazer cerâmica
e pintura em tecido”, disse.
Todo o
conhecimento motivou Gabriel a fazer as peças em casa e comercializá-las na
antiga loja do Espaço Arte Natural,
e, atualmente, no Armazém das Artes, recém-inaugurado no Centro de Casimiro de
Abreu para a comercialização de peças de vários artesãos do município.
Atualmente,
240 jovens de 14 a 17 anos, estudantes da rede pública de ensino, participam do
projeto Construir, desempenhando funções em órgãos públicos no município.
JOVEM AGRICULTOR ORGÂNICO – Outro projeto de transferência de renda e incentivo à
qualificação é direcionado a adolescentes de 14 a 17 anos, preferencialmente
filhos de produtores rurais do município de Casimiro de Abreu.
Em período
diferente ao escolar, 30 jovens aprendem, no sítio agrícola da Fundação
Municipal Casimiro de Abreu, teoria e prática sobre cultivo de alimentos
orgânicos, piscicultura, empreendedorismo, entre outros temas. Um dos objetivos
é o estímulo à formação profissional rural.
Joaquim
Weliton tem 14 anos e mora na localidade rural Ribeirão. Filho de pais
agricultores com renda familiar de um salário mínimo, o adolescente conta que a
bolsa de meio salário-mínimo que recebe por meio do programa é reservada para
alguma eventual necessidade.
Para ele,
a profissão de agricultor passou a ser “vista com outros olhos” depois que teve
acesso ao conhecimento técnico sobre o trabalho no campo. Em relação ao futuro,
Joaquim já pensa que pode seguir a mesma profissão dos pais.
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