Autoridades afirmam que programa visa promover tolerância entre judeus e árabes.
As autoridades de Israel introduziram um novo programa que torna o ensino do idioma árabe obrigatório em escolas públicas.
O programa, que começou como um projeto piloto no início do ano em 170 escolas do norte de Israel, e que logo será ampliado para escolas públicas de todo o país, prevê aulas obrigatórias de árabe a partir da quinta série.
As autoridades do setor de educação israelense afirmam que a nova iniciativa, chamada de Ya Salam, vai transformar o ensino do idioma em uma ponte cultural e promover a tolerância entre judeus e árabes.
De acordo com a repórter da BBC para o Oriente Médio Shahzeb Jillani, até o momento em Israel, nas escolas árabes, as crianças são obrigadas a aprender o hebraico. Por outro lado, as crianças israelenses mais velhas podem optar se querem ou não aprender o idioma árabe - algo que o novo programa pretende mudar.
Segundo o jornal Haaretz, o aumento na demanda de matrículas de estudantes em aulas do idioma árabe levou as autoridades do Ministério da Educação israelense a repensar o currículo nacional.
"Vivemos em um país que tem dois idiomas oficiais", afirmou Shlomo Alon, chefe do setor de Educação Árabe e Islâmica no Ministério da Educação israelense, ao Haaretz.
"Estudar o árabe vai promover tolerância e transmitir uma mensagem de aceitação", acrescentou.
Alon afirmou ainda que o Ministério está interessado no reconhecimento de todos os cidadãos do Estado e em dar oportunidade para professores de árabe na educação israelense. Existem cerca de mil professores de árabe, a maioria deles judeu.
"O Estado quer a igualdade completa de cidadania. Não vamos lidar com conflitos tendo como base a identidade cultural", disse.
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