Bombeiro
trabalha nas ruínas de uma casa que desmoronou após
o terremoto em Amatrice, na Itália, na quarta
(24)
(Foto:
Reuters/Stefano Rellandini)
|
Não há previsão de interrupção
mesmo durante a madrugada. Tremor de
magnitude 6,2 deixou ao menos 159 mortos no centro do país.
As buscas por sobreviventes depois
do terremoto que atingiu o centro da Itália na quarta (24) não tem previsão de
interrupção durante a madrugada, segundo as autoridades. Escavadeiras estão
sendo usadas nos maiores desmoronamentos, mas em diversos pontos bombeiros e
socorristas usam as próprias mãos para retirar escombros e tentar alcançar
vítimas.
"Infelizmente, 90% das pessoas que
retiramos estão mortas, mas algumas conseguem escapar e é por isso que
continuaremos aqui", disse à agência AP Christian Bianchetti, um
voluntário que ajuda nos resgates em Amatrice, uma das cidades mais afetadas.
Vinte e quatro horas após o
primeiro abalo, o número oficial de mortos era de 159, mas a Defesa Civil
admite que ele deve ser ampliado, já que ainda há centenas de desaparecidos. O
jornal "Corriere della Sera" afirma que existem ainda quase 300
feridos.
O Itamaraty informou que não há
registro de brasileiros entre as vítimas.
O primeiro tremor, de magnitude
6,2, aconteceu às 3h36 (22h36 em Brasília) e o impacto foi maior perto de
Perugia, região localizada a menos de 200 km de Roma, segundo o Serviço
Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), organismo que registra
os tremores em todo mundo.
Na cidade de Accumoli, cerca de
150 sobreviventes passaram a primeira noite após o terremoto em um abrigo
improvisado em um parque público, onde voluntários também estavam recebendo
doações. O município fica no alto de uma colina e sofreu graves danos, com o
desabamento de várias casas e rachaduras nas ruas. Sem luz, os moradores também
foram obrigados a enfrentar baixas temperaturas durante a madrugada.
Também em Amatrice muitas pessoas
passaram a noite ao ar livre depois de perderem suas casas.
Emergência
"A Itália hoje é uma família
abalada, mas que não se abateu", disse o primeiro-ministro da Itália,
Matteo Renzi, durante entrevista em Rieti, local onde foi para acompanhar o
resgate às vítimas.
Renzi convocou para quinta uma
reunião com ministros para tomar as primeiras medidas para ajudar as
localidades afetadas e afirmou que esta emergência deverá ser administrada por
"um longo período". Ele também desejou que todos "estejam à
altura do desafio".
Segundo a Defesa Civil, foram
instalados quatro acampamentos com tendas, cozinhas e banheiros em vários
pontos da região mais afetadam com uma capacidade de 250 pessoas cada.
Espera-se que mais de 800 pessoas, sobretudo especialistas, sejam enviadas ao
local afetada para ajudar a lidar com a emergência.
O governo da Itália destinou 234
milhões de euros para emergência imediata, informou o Ministério de Economia e
Finanças em comunicado. Mas, além disso, vários números foram ativados para
recolher doações para ajudar a Defesa Civil.
Cidades mais afetadas
Os municípios de Amatrice, de 2
mil habitantes; Accumoli, de 700 habitantes; e Norcia, de 4 mil habitantes,
sofreram os maiores danos.
"A metade da cidade já não
existe. As pessoas estão sob os escombros", afirmou o prefeito de
Amatrice, na província de Rieti, Sergio Perozzi, à emissora privada
"Sky". "Os danos são numerosos", afirmou o prefeito de
Norcia, Nicola Alemanno.
O histórico hotel Roma, em
Amatrice, abrigava uma feira gastronômica e ficou totalmente destruído. Cinco
corpos foram retirados do local, mas o número de hóspedes, inicialmente
estimado em 70, foi reduzido para 35. De acordo com um bombeiro que trabalhava
no local, Carlo Cardinali, apenas dez estão desaparecidos.
Ao menos seis pessoas morreram em
Accumoli, segundo o prefeito da cidade, Stefano Petrucci. "Quatro pessoas
estão sob escombros. Elas não estão mostrando sinal de vida. São pais e dois
filhos", disse Petrucci à RAI.
O tremor foi sentido por 20
segundos na capital, Roma, e também no Vaticano. O terremoto ocorreu a apenas
10 km da superfície e a 76 km a sudeste de Perugia, às 3h36 do horário local –
22h36 desta terça, no horário de Brasília. Minutos depois, outro tremor, de
magnitude 4,6, sacudiu Rieti, na mesma região.
Do G1, em São Paulo
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